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Governo japonês inspeciona escritórios da Mitsubishi por manipulação de dados

Funcionários do governo do Japão visitaram os escritórios da Mitsubishi Motors em Okazaki - Kyodo/Reuters
Funcionários do governo do Japão visitaram os escritórios da Mitsubishi Motors em Okazaki Imagem: Kyodo/Reuters

Em Tóquio

21/04/2016 04h21

Funcionários do Ministério dos Transportes do Japão visitaram nesta quinta-feira (21) os escritórios de desenvolvimento da Mitsubishi Motors para iniciarem uma investigação após a revelação de que a empresa manipulou dados sobre o consumo de combustível de alguns de seus modelos.

O pessoal do ministério visitou o centro técnico de Okazaki, no centro do Japão, para realizar uma primeira inspeção, informou a emissora pública "NHK".

O canal de televisão japonês também reportou que o governo do país estabeleceu como prazo o dia 27 de abril para que a companhia apresente um relatório sobre a manipulação de dados, cujo verdadeiro alcance ainda é desconhecido.

O Ministério dos Transportes também pediu a outras empresas do setor relatórios sobre os métodos utilizados em testes de eficiência energética diante da possibilidade de que possam existir mais irregularidades.

Este caso contribui para piorar ainda mais a reputação do setor automotivo após o escândalo de manipulação de emissões da Volkswagen, que incluiu um software em 11 milhões de carros movidos a diesel para que reduzissem o volume de gases poluentes emitidos no momento em que passavam por testes.

A Mitsubishi Motors admitiu ontem que seus funcionários modificaram a pressão do ar nos pneus durante o testes para avaliar o consumo de quatro modelos de miniveículos - carros com motores inferiores a 660 centímetros cúbicos - dos quais foram vendidas cerca de 625 mil unidades no Japão.

Como resultado, esses veículos, dos quais cerca de 468 mil foram comercializados pela também japonesa Nissan, foram vendidos sob a falsa garantia de que seu consumo era entre 5% e 10% mais eficiente do que é na realidade.

Além disso, os testes foram realizados com padrões que não estão homologados pelo governo japonês desde 2002.

O ministro porta-voz do Japão, Yoshihide Suga, enfatizou hoje em entrevista coletiva a "gravidade" do caso pelo efeito do mesmo na "confiança dos consumidores".

Alguns analistas consideram que este episódio poderia prejudicar profundamente a empresa, a fabricante de veículos japonesa que atualmente dispõe de menor liquidez e que já foi resgatada financeiramente na última década por outras empresas do conglomerado Mitsubishi.

Além disso, o caso poderia forçar a companhia a pagar ao governo japonês os subsídios relacionados com esses modelos se for determinado que os mesmos não estão cumprindo com os padrões ambientais requeridos por causa das manipulações.