EUA sancionam banco russo por ajuda à Venezuela para "contornar" sanções
Washington, 11 mar (EFE).- O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou nesta segunda-feira ao banco russo Evrofinance Mosnarbank por ajudar o Governo da Venezuela a contornar as sanções econômicas impostas a Caracas, através da utilização da criptomoeda "Petro".
"Esta ação demonstra que os Estados Unidos tomarão ações contra instituições financeiras internacionais que apoiam o regime ilegítimo do (presidente venezuelano Nicolás Maduro) e contribuem para o colapso econômico e a crise humanitária que afetam o povo da Venezuela", explicou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, em comunicado.
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A entidade bancária Evrofinance Mosnarbank, com sede em Moscou, é controlada de maneira conjunta por empresas públicas da Venezuela e da Rússia e tem como objetivo financiar projetos petroleiros e de infraestruturas.
O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013) comprou 49% do banco em 2011 e o resto está em mãos das entidades financeiras russas VTB e Gazprombank.
O Tesouro ressaltou que os ativos líquidos desta entidade cresceram 50% durante 2018 à medida que os Estados Unidos aumentaram a aplicação de sanções contra a Venezuela.
"Quando a fracassada criptomoeda venezuelana, chamada Petro, foi lançada em 2018, a Evrofinance apareceu como a principal instituição financeira internacional disposta a financiá-la. O envolvimento da Evrofinance no Petro demonstrou a esperança de Maduro de que o Petro poderia permitir à Venezuela contornar as sanções financeiras dos Estados Unidos", acrescentou o Departamento do Tesouro americano.
Como consequência da medida, ficam congelados os ativos que esta entidade possa ter nos EUA e proibidas as transações financeiras com instituições americanas.
Na sexta-feira, Washington apresentou acusações contra o vice-presidente econômico e ministro de Indústrias e Produção Nacional da Venezuela, Tareck El Aissami, que é acusado de ter violado as restrições impostas por seu suposta envolvimento no narcotráfico ao viajar para a Rússia.
Os EUA foram o primeiro país a reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e realizou diferentes ações para pressionar Maduro.
Algumas dessas medidas foram restrições de vistos a funcionários venezuelanos e sanções à empresa Petróleos de Venezuela (Pdvsa), uma das principais fontes de divisas para Caracas. EFE