Sobrevivência de companhia é o mais importante, diz Santander sobre Odebrecht
Aline Bronzati
São Paulo
25/04/2018 14h46
De acordo com Rial, o primeiro princípio para uma instituição financeira "é jamais colocar qualquer que seja a posição do banco, seja subordinação ou não, à frente da importância da sobrevivência da empresa". "É para isso que a gente existe. Nós não temos outra razão", disse ele.
As afirmações do presidente do Santander ocorrem em meio às negociações da Odebrecht com bancos para conseguir que além do espanhol, o Banco do Brasil e também o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abram mão da preferência nas ações da Braskem, dadas em garantia em outro empréstimo, para obter um crédito novo.
O grupo já teria conseguido o aval de Itaú Unibanco e Bradesco para uma nova linha de R$ 2,2 bilhões, segundo antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), mas esses bancos teriam exigido senioridade nos papéis para liberação dos recursos.
A Odebrecht tem encontrado resistência, principalmente, por parte dos bancos públicos que temem abrir mão da preferência nas ações da Braskem e serem futuramente questionados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A despeito disso, segundo fontes, as negociações avançaram nos últimos dias. OS recursos são essenciais para que o braço de engenharia e construção do grupo, a OEC, honra meio bilhão de reais em dívidas junto a credores externos e que vencem nesta quarta-feira.
O presidente do Santander Brasil afirmou ainda que, obviamente, há, depois de priorizada a sobrevivência da empresa, outras questões que é como você - neste caso, o banco - está em relação aos outros credores. "Mas essa é uma discussão de banco. A postura é sempre fazer com que a empresa sobreviva", concluiu ele.