Para Hypera, tendência é que plano de investimento seja postergado e até reduzido
Dayanne Sousa
São Paulo
27/04/2018 14h31
A Polícia Federal investiga se o delator Nelson Mello, ex-diretor de relações institucionais da companhia, omitiu informações em seu acordo de delação premiada para proteger o maior acionista, o empresário João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Junior, e o antigo presidente, Claudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF no dia 10 de abril.
Durante teleconferência com analistas e investidores, Oliveira não relacionou diretamente o possível adiamento dos investimentos às investigações, mas disse que a companhia está revendo seu plano.
A Hypera havia comunicado ao mercado que pretendia expandir sua capacidade produtiva. O plano de investir R$ 500 milhões em expansão de sua capacidade produtiva nos próximos três anos foi anunciado depois que a empresa chegou a perder vendas no quarto trimestre de 2017 em razão de a capacidade de produção não ter dado conta da demanda.
Segundo Oliveira, a empresa já está vendo uma mudança nesse cenário de restrição de capacidade produtiva. Ele afirmou que já houve uma otimização da produção com a capacidade instalada. "A tendência é que não tenhamos mais gargalos de produção para atender a demanda este ano", declarou.
Durante a teleconferência, o executivo foi questionado ainda sobre a política comercial da empresa e sobre perspectivas para preços e concessão de prazos a clientes (ou seja, varejistas e distribuidores que revendem medicamentos da companhia). Ele afirmou que não vê nenhuma mudança na política comercial e de descontos e que também não acredita em alteração nos prazos ou no investimento em capital de giro.