Puxada pela informalidade, população ocupada alcança recorde de 93,002 milhões
Daniela Amorim
Rio
31/01/2019 12h07
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a recuperação da carteira de trabalho assinada no setor privado é o indicador que realmente mostrará que a crise no mercado de trabalho passou. "Quando ela começar a subir é um indicativo que a pesquisa vai mostrar que a crise está indo embora", disse Azeredo.
O avanço nas contratações com carteira de trabalho depende de uma melhora da economia, apontou Azeredo. "A indústria tem que voltar a produzir e contratar, a construção tem que retomar as obras", explicou. "É ilegal contratar sem carteira", lembrou.
O mercado de trabalho abriu 24 mil vagas com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao trimestre terminado em setembro. Por outro lado, o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou em 31 mil pessoas, para o patamar recorde de 11,542 milhões de pessoas nessa condição.
Outros 352 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria, para um recorde de 23,848 milhões nessa situação.
Já a carteira assinada no setor privado manteve-se no menor patamar da série histórica iniciada em 2012: 32,997 milhões, resultado considerado estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior, por conta da margem de erro da pesquisa. O País fechou 324 mil vagas com carteira assinada em relação a um ano antes.
O setor público teve recuo de 98 mil postos de trabalho em apenas um trimestre. O emprego como trabalhador doméstico aumentou em 15 mil pessoas. Houve mais 103 mil empregadores no período.