Com Zona Franca e desigualdades, reforma tributária é mais difícil, diz Maia
Aline Bronzati e Francisco Carlos de Assis
São Paulo
12/08/2019 12h56
Maia lembrou que a reforma tributária já começou a ser discutida na Câmara dos Deputados, mas que se a questão dos Estados não for tratada, não será uma "reforma eficaz".
Segundo ele, o imposto que incide sobre mercadorias e serviços (ICMS) é parte dos problemas dos brasileiros.
"Teremos atores distintos para não fazermos mudanças ou para incluir restrições naquilo que pretendemos fazer (com a reforma tributária). Precisamos do mesmo patriotismo dos brasileiros e empresários para a reforma tributária", afirmou Maia.
O presidente da Câmara foi além e chamou empresários brasileiros a colaborarem com a reforma tributária e voltar a pagar mais tributos.
"A sociedade paga mais tributos que muitos setores da economia", acrescentou Maia, discursando exatamente para uma plateia de empresários, clientes do banco Santander.
Ele chamou, ainda, a atenção para a necessidade de se evitar a judicialização tributária no Brasil.
Spread bancário
O presidente da Câmara dos Deputados também disse que é preciso avançar na sinalização da redução do spread bancário no País à sociedade brasileira. "Temos duas agendas com o BC, uma cambial e outra de redução de spread. São temas que vão ajudar muito, tendo a autonomia do Banco Central como um terceiro tema", comentou.
Segundo ele, o governo está mandando alguns projetos e também há ainda mudança na regulação por parte de agências, citando, por exemplo, o setor de seguros. Disse ainda que espera "agilidade necessária" para que esses temas ajudem o Brasil a avançar.
Maia mencionou ainda que tem trabalhado em dois temas muito polêmicos: saúde e educação. Ele cobrou regras mais claras para esses setores e defendeu parcerias entre a iniciativa pública e a privada. "Sei que é uma questão polêmica e que corporações vão brigar contra isso. Mas é o único caminho de avançar, reduzindo custo", disse ele.
Quanto ao setor de saúde, o presidente da Câmara afirmou que a desregulamentação é polêmica. "Saúde e educação precisam de melhores regras para que possamos voltar a gerar confiança nos investidores internacionais e locais com o apoio privado e de uma sociedade que clama por investimentos nos Estados como um todo", disse Maia. "Precisamos de todos para que o Brasil esteja de volta nos trilhos e de volta ao crescimento e com geração de empregos", finalizou.