Desemprego e falta de crescimento se deve a interesses particulares, diz Maia
Francisco Carlos de Assis
São Paulo
31/10/2019 13h16
"Temos problemas estruturais que privilegiam os interesses particulares em detrimento do interesses coletivos. Quem se aposenta com os salários altos são os que se aposentam mais cedo e os que se aposentam com os salários mais baixos são os que se aposentam mais tarde. O mais pobre já se aposentavam com 65 anos antes da reforma trabalhista", disse o presidente da Câmara.
Isso, disse Maia, acaba transferindo renda dos que ganham menos para os que ganham mais. Para o deputado, essa distorção fez com que se chegasse à situação em que um mesmo cargo no setor público tenha um salário até 30% maior que o mesmo cargo no setor privado.
No sistema tributário, criticou Maia, "tributamos mais o consumo de bens e serviços e menos a renda". "Nos países da OCDE, tributa-se mais a renda e menos os bens e serviços. Ou seja, estamos tributando mais quem ganha menos e menos quem ganha mais", disse, acrescentando que toda a e estrutura montada no Brasil atendeu a interesses específicos e não os coletivos.
Segundo Maia, o brasileiro paga muitos impostos para sustentar um Estado caro e ineficiente. "Agora mesmo estamos falando de MP do Saneamento. E as empresas estão tentando manter o status quo. O que interessa: manter uma estrutura criada na época da ditadura ou um novo sistema?", questionou.
Para Maia, é preciso começar a discutir o futuro, que não está longe e muda muito rápido, e ver como o Congresso pode ajudar nisso. "O Congresso precisa ajudar a gerar empregos, segurança jurídica e a reduzir o Estado, que é 40% do PIB", disse.