PIB está 4,2% abaixo do pico observado no fim de 2014, diz IBGE
Daniela Amorim, Mariana Durão e Vinicius Neder
Rio
29/05/2020 12h56
"A gente não faz esse cálculo mensal, mas olhando o índice que o Banco Central calcula, os dados das pesquisas conjunturais, realmente isso é visível. Março teve uma queda muito grande em comparação com fevereiro", apontou Rebeca.
O PIB caiu 1,5% no primeiro trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior. No entanto, mesmo antes da covid-19, a atividade econômica permanecia com crescimento em torno de 1% no acumulado de quatro trimestres, ou seja, mantinha uma recuperação ainda lenta e gradual.
"Estava numa recuperação gradual", afirmou Rebeca Palis. "A gente não tinha voltado ainda ao pico, de antes da crise de 2015 e 2016, a gente estava aos poucos indo para esse nível, mas não tinha chegado ainda", completou.
O PIB está atualmente no mesmo patamar do segundo trimestre de 2012. Rebeca diz que a conjuntura atual é diferente da registrada nas últimas crises econômicas.
"Isso é coisa mundial, não é do Brasil. A pandemia está tendo impacto pelos dois lados, como se fosse choque de oferta e choque de demanda. Além de serviços estarem fechados, tem impacto sobre a demanda também, porque o mercado de trabalho foi afetado. É uma conjunção de coisas", ressaltou a pesquisadora do IBEG.
Rebeca não arriscou fazer um prognóstico sobre a recuperação pós covid-19. "O mercado de trabalho, em geral, não costuma ter recuperação rápida", pontuou.