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Selic no fim de 2024 segue em 9,00% e permanece em 8,50% para 2025, projeta Focus

Sede do Banco Central, em Brasília Imagem: Adriano Machado/Reuters

Brasília

22/01/2024 09h00

O mercado manteve a mediana do Relatório de Mercado Focus para a expectativa de Selic terminar no atual ciclo de flexibilização em 9,00% ao ano no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 79 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual (pp), para 11,75% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.

No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 25ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 24 semanas.

Projeção suavizada do IPCA 12 meses à frente passa de 3,87% para 3,86%

Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, que oscilou de 3,87% para 3,86%, de 3,85% há um mês.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.

Como mostrou o Estadão Broadcast na semana passada, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação deve ser finalmente publicado nas próximas semanas. O governo enxerga o período até o fim do recesso do Legislativo como uma "boa janela", já que, até lá, poucos devem ser os anúncios que a equipe econômica prepara para este ano. "O documento já está esboçado. É apenas uma questão de timing e, até a volta do Congresso, pode ser um bom momento", comentou uma fonte.

Curto prazo

Os economistas do mercado financeiro revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 22. A mediana para janeiro de 2024 passou de 0,40% para 0,44%. Há um mês, a expectativa era de 0,37%. Para o IPCA de fevereiro, a estimativa passou de 0,65% para 0,66%, de 0,63% um mês antes. Já para março, a previsão para o indicador passou de 0,31% para 0,29%, ante 0,33% de quatro semanas atrás.

Mediana de câmbio para 2024 passa de R$ 4,95 para R$ 4,92 e segue em R$ 5,00 para 2025

O cenário esperado para o câmbio brasileiro neste ano variou para baixo no Relatório de Mercado Focus.

A estimativa para o câmbio no fim de 2024 passou de R$ 4,95 para R$ 4,92, ante R$ 5,00 de um mês antes. Para 2025, a mediana seguiu em R$ 5,00, de R$ 5,05 de quatro semanas antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Déficit primário em relação ao PIB em 2024 segue em 0,80%, prevê Focus

O relatório trouxe a manutenção na projeção de rombo fiscal de 2024. Para o déficit primário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a mediana seguiu em 0,80%, mesmo nível de um mês antes.

A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano (zero do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".

A estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 melhorou, de 7,00% para 6,93% do PIB, ante 6,80% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 passou de 64,25% para 63,80%, ante 64,50% de um mês atrás.

Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado passou de 0,66% para 0,60% do PIB. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.

O déficit nominal projetado para 2025 passou de 6,39% para 6,27%, ante 6,20% de um mês atrás. Já a estimativa para a dívida líquida passou de 66,55% para 66,20% do PIB, ante 66,40% de quatro semanas antes.

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