Bolsas de NY fecham em alta, ainda repercutindo payroll e observando perspectivas para o Fed
São Paulo, 06
06/05/2024 17h27
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, 6, com as ações ganhando impulso ainda na sequência dos números de emprego de abril na última sexta-feira, que ampliaram as perspectivas de cortes de juros em alguma das próximas reuniões do Federal Reserve (Fed). O dia contou com as falas de alguns dirigentes que não ofereceram sinais contrários a esta perspectiva. Entre as empresas, alguns balanços repercutiram no mercado, enquanto o setor de chips foi o destaque entre as altas.
O Dow Jones fechou em alta de 0,46%, em 38.852,27 pontos, o S&P 500 subiu 1,03%, a 5.180,74 pontos, e o Nasdaq avançou 1,19%, a 16.349,25 pontos.
O Fed deverá cortar juros eventualmente, mas está bem posicionado no momento para aguardar por mais dados, afirmou um dos seus dirigentes com direito a voto nas decisões de juros, John Williams. Já o dirigente do Fed de Richmond, Tom Barkin, afirmou hoje que o mercado de trabalho está "forte", o que segundo ele dá ao Fed tempo para "ganhar confiança" de que a inflação de fato se move de modo sustentável para a meta de 2%. Em discurso, o dirigente disse ter "preocupações" sobre a demanda e a inflação, mas se diz "otimista" de que o nível atual dos juros possa conter a demanda e levar a inflação de volta ao objetivo do BC.
Entre as empresas um dos destaques são as ações da Berkshire Hathaway, com alta de 1,01%, após apresentar resultados trimestrais melhores que o esperado, no fim de semana, quando o megainvestidor Warren Buffett falou a investidores na reunião anual da holding em Omaha, Nebraska. Por outro lado, a Spirit Airlines caiu 9,70% após divulgar resultados. Já a Boeing recuou 0,80%, após a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos abrir nova investigação sobre a empresa, relacionada com as inspeções do 787 Dreamliner da companhia e também para saber se empregados dela falsificaram registros.
Entre as altas no setor de chips, Nvidia (+3,77%), AMD (+3,44%) e Micron (+4,73%) se destacaram. A Nvidia é o fornecedor dominante de chips para treinar sistemas de IA, com a AMD sendo o segundo maior player. Não é provável que isso mude tão cedo, mas a AMD poderá se beneficiar da mudança do treinamento para a inferência - o processo de geração de respostas ou resultados a partir de modelos de IA, de acordo com Ben Reitzes, analista da Melius Research. "Embora vencedores como Nvidia e Broadcom sejam óbvios, o aumento do investimento na grande nuvem deve beneficiar a AMD, assim como a Microsoft e a Meta, que, em particular, fazem pedidos para inferir cargas de trabalho", escreveu Reitzes.
*Com informações Dow Jones Newswires.