Diretor do BC diz que barra para alterar forward guidance do Copom é alta
Brasília
13/01/2025 11h43
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta segunda-feira, 13, que a materialização de riscos permitiu à instituição dar forward guidance de duas reuniões e que a barra para alterar o instrumento do Comitê de Política Monetária (Copom) é alta. Ele fez a afirmação durante live promovida pela Bradesco Asset sobre os potenciais impactos da política monetária na conjuntura macroeconômica de 2025. A conversa é conduzida pelo economista-chefe da instituição financeira, Marcelo Toledo.
A análise do diretor foi feita ao comentar sobre o desvio da inflação do ano passado em relação à meta, o que levou o BC a apresentar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando o desvio. Houve, de acordo com ele, diferentes componentes contribuindo para esse desvio. "É a história da elevação do aperto de condições financeiras, quando se decompõe juros tanto aqui quanto lá fora, assim como moedas", salientou.
Relacionadas
Guillen acrescentou que tem havido muita discussão sobre o guidance do Copom a respeito do que o colegiado pretende fazer com os juros nas duas próximas reuniões. A visão do comitê, segundo ele, migrou de um cenário que era mais incerto, um cenário mais adverso, com a materialização de riscos, e isso permitia dar mais previsibilidade e indicar quais seriam as próximas decisões. "E não só indicar as decisões, mas indicar com um ciclo maior, porque você estava num cenário mais adverso. E por isso a gente indicou duas reuniões à frente, os 100 pontos-base, com uma barra alta para alterar quando você faz um guidance", justificou.
O diretor lembrou que o tema foi tratado durante coletiva de imprensa: "Quando você faz um guidance, você sempre pensa bastante sobre qual é o impacto dessa mensagem", reforçou. "O guidance foi uma das principais mensagens da última reunião."