Seguro pós-pago de veículo: será que funcionaria no Brasil?
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SÃO PAULO - Hoje, fazer o seguro do automóvel se tornou quase uma obrigação, principalmente para quem mora nas grandes cidades. Na Europa e nos Estados Unidos, existem seguradoras que ofecerem o serviço na modalidade pós-paga. Mas será que essa moda pega no Brasil?
Na prática, no sistema Pague Quanto Você Usa (do inglês Pay as You Drive), o consumidor procura a seguradora, contrata o produto e faz um depósito inicial. De acordo com o CQCS (Centro de Qualificação do Corretor de Seguro), após análise do risco, feita com ajuda de GPS, a companhia estipula a diferença, que pode ser acima ou abaixo do valor pago.
Avaliação dos especialistas
De acordo com o advogado especializado em seguros, Antonio Penteado Mendonça, a ideia só funcionaria no Brasil para nichos específicos, como frotas e locadoras de veículos, tendo em vista o nível de controle exigido.
“O consumidor precisaria se enquadrar em condições que incluem pouca utilização do veículo, além de transitar em lugares que oferecem baixo nível de risco”, afirma, explicando que “é o perfil levado ao grau mais elevado de sofisticação”.
Para o administrador de empresas, Fabio Fisher, o método praticado em mercados maduros consegue uma precificação mais justa porque está ancorada em uma análise muito mais precisa e depurada do que a obtida com o uso do perfil do consumidor.
“O brasileiro pode interpretar o sistema como perda de privacidade, sobretudo porque o grau de confiança nas seguradoras ainda é pequeno, ao contrário dos Estados Unidos, onde se exige cobertura para tudo e é impossível abrir uma loja, por exemplo, sem Seguro de Incêndio ou de Responsabilidade Civil”, afirma, ainda segundo o CQCS.
Segundo o administrador, o seguro pós-pago de auto só seria bem-sucedido no Brasil, se houvesse cláusulas muito bem ajustadas, que não dessem margem para questionamentos, para não trazer problemas para seguradoras e segurados.
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