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Secretário dos EUA diz que juros do Brasil são altos demais

Mauricio Savarese

Do UOL Notícias, em São Paulo

07/02/2011 11h37

Em visita ao Brasil, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou nesta segunda-feira (7) que a taxa básica de juros brasileira é alta demais, mas que acaba contribuindo para o recebimento de investimentos estrangeiros.

Geithner também criticou a desvalorização excessiva do câmbio em outros países emergentes --em mais um recado à China, umas das principais parceiras econômicas do Brasil, embora não tenha citado o nome do país asiático.

Ao listar os motivos pelos quais o Brasil vive “um momento de confiança justificada” na economia, o secretário norte-americano fez o comentário sobre a taxa básica de juros no país (a Selic), hoje em 11,25% ao ano. “Eles [os juros] são mais altos do que deveriam”. Nos Estados Unidos, a taxa está entre zero e 0,25% ao ano.

Geithner afirmou que, apesar disso, a taxa de juros atrai investidores e que o Brasil também se beneficia das restrições em outros países, “onde existem limitações e desequilíbrios entre o papel do Estado e o do capital privado”.

“O capital se move para onde pode. E o ambiente de vocês [brasileiros] é propício para isso.”, disse o secretário durante conversas com alunos da FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo.

Mais cedo Geithner se reuniu com empresários. Entre eles estava Frederico Curado (Embraer), André Esteves (Banco Pactual) e Roberto Civita (Grupo Abril).

Na agenda do secretário, também está prevista reunião com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Em março, o presidente norte-americano, Barack Obama, visitará o Brasil, e a vinda de Geithner serve de preparação para essa viagem.

Ao comentar a desvalorização artificial do câmbio em outros países emergentes, o que gerou críticas do governo do Brasil, o secretário disse esperar uma atuação conjunta com os brasileiros para reequilibrar o mercado de moedas.

“[O reequilibro do câmbio] é mais importante para países emergentes do que para nós [EUA]”, disse.