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Alta dos juros para 11,75% é criticada por entidades

02/03/2011 20h37Atualizada em 02/03/2011 21h04

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros (a Selic) para 11,75% ao ano foi criticada por entidades de trabalhadores e empresários.

"É com indignação que a Federação das Indústrias e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) recebem o anúncio da elevação em 0,5% da Selic", registra nota distribuída à imprensa.

"O aumento nessa magnitude da taxa Selic é um exagero, pois as medidas tomadas pelo Banco Central em dezembro, como o aumento do compulsório, já estão reduzindo a pressão inflacionária",  prossegue o documento.

"O Banco Central está incorrendo no perigoso erro pelo excesso", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp.

Em nota, a Força Sindical afirmou que “o governo, mais uma vez, atende aos interesses do capital especulativo” com a medida.

“A elevação do juro, destacamos, tem múltiplos efeitos negativos sobre a economia nacional, pois promove uma transferência perversa de renda para a oligarquia financeira, prejudicando, assim, os interesses da classe trabalhadora”, diz o texto.

Para a UGT (União Geral dos Trabalhadores), o BC age “como se esse fosse o único antídoto possível contra alta de preços, ignorando que todas as vezes em que os juros subiram o reflexo imediato foi o freio no consumo e na economia, inibindo os investimentos na produção”

Em nota, a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) afirma que “a decisão do Copom demonstra que o governo não está nem um pouco interessado em cortar gastos desnecessários, pois o aumento dos juros representa mais dinheiro desperdiçado com a especulação”.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) “é inadequado e desconsidera a tendência atual de evolução dos preços e da atividade econômica”.

“Há indicadores recentes que confirmam o desaquecimento da atividade, provocado por medidas de restrição ao crédito, pela valorização do câmbio e a elevação dos juros em janeiro”, disse o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.

Já Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), diz entender “que foi a medida mais razoável possível tendo em vista as pressões inflacionárias. Agora é preciso que a presidente Dilma Rousseff resista às pressões dos partidos por mais gastos, para que ela possa fazer uma administração austera reduzindo os gastos da máquina pública, que é uma boa maneira de combater a inflação”, afirma em nota.