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Seis em cada dez brasileiros de classe média querem abrir negócio próprio

Aiana Freitas

Especial para o UOL Economia, em São Paulo

17/11/2011 16h04

Seis em cada dez brasileiros pertencentes à nova classe média com idade entre 18 e 35 anos pretendem abrir um negócio próprio. Em 91% dos casos, o objetivo é fazer isso nos próximos dez anos.

Os dados são de um levantamento feito pelo Instituto Data Popular com pessoas cuja renda familiar média é de R$ 2.295.

Para o sócio-diretor do instituto, Renato Meirelles, o desafio do governo para os próximos anos será justamente abrir caminhos para a realização desse objetivo.

"Não basta desburocratizar e reduzir imposto, é necessário casar essas ações com uma política de geração de emprego", diz. "Falta, por exemplo, incentivo ao microcrédito produtivo."

Segundo o Data Popular, 45,4% das pessoas de classe média pretendem viajar de avião no próximo ano e 40,3 % querem comprar um automóvel.

O estudo mostra também que 42,9% pretendem comprar um imóvel em até dois anos.

Fórum vai discutir políticas para a classe média em 2012

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (17) em evento que marcou o lançamento do 1º Fórum Novo Brasil, que será realizado em Brasília em março de 2012 e vai discutir políticas para beneficiar essa camada da população.

Ainda segundo o Data Popular, mais de 42 milhões de brasileiros ascenderam à nova classe média nos últimos dez anos.

Em 2001, esses consumidores eram 38,6% da população; hoje, são 53,9%. E a expectativa é a de que, até 2014, sejam 58%.

Poder de compra da classe emergente cresceu 90,8%

As pesquisas do instituto mostram que a nova classe média teve o poder de compra aumentado em 90,8% nos últimos dez anos, passando de R$ 1,2 trilhão em 2001 para R$ 2,3 trilhões em 2011.

Em 2001, o brasileiro emergente consumia 27 categorias diferentes de produtos. Hoje, são 41, número muito próximo daquele consumido pelas classes A e B (43).

As empresas, no entanto, ainda conhecem pouco o consumidor popular. Consideram, por exemplo, que para eles o preço é mais importante do que a qualidade, o que as pesquisas desmentem.

"Por isso, as lojas que entendem esse consumidor e vendem produto de boa qualidade têm um relacionamento duradouro com ele", diz Meirelles.

Consumidor de elite se considera classe média

Os dados do Data Popular mostram, ainda, um certo desconhecimento da população de renda mais alta sobre a que classe pertence. Segundo o estudo, 55% da população de classe AB acham que pertencem à classe média.

Também de acordo com o instituto, 48,4% dos brasileiros da elite consideram que houve uma piora na qualidade dos serviços depois do aumento do acesso à população de renda mais baixa.