Privatização não deve resultar em queda nas tarifas, dizem especialistas
A privatização dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília deve resultar em aumento de conforto e em maior oferta de serviços para os passageiros. Especialistas afirmam que, em contrapartida, as tarifas aeroportuárias não devem ser reduzidas.
O governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o leilão dos três aeroportos realizado nesta segunda-feira (6) na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. A Infraero permanecerá como sócia minoritária dos empreendimentos.
Para o diretor-executivo do Nectar (Núcleo de Economia dos Transportes do ITA), Alessandro Oliveira, uma das mudanças mais significativas que os passageiros devem sentir com a privatização será a melhoria dos serviços oferecidos.
"A expectativa é de que se amplie a oferta de serviços dentro dos aeroportos e seja oferecido mais conforto aos passageiros", diz. "Além disso, espera-se que os aeroportos passem a ser melhor explorados comercialmente", afirma Oliveira, que prevê o aumento do número de lojas e restaurantes nos terminais.
Tarifas mais altas tendem a ser repassadas ao consumidor
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que as tarifas nos aeroportos privatizados terão reajustres controlados. Os preços, segundo a Anac, serão reajustados com base no índice oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), e na produtividade do aeroporto.
Num primeiro momento, no entanto, Alessandro Oliveira acredita que poderá haver aumento no preço das tarifas aeroportuárias, como as de desembarque, pouso e permanência em solo. "De alguma maneira, elas são repassadas ao consumidor."
Oliveira compara a privatização dos aeroportos com a de algumas rodovias, que resultou na melhoria das condições das estradas, mas também na cobrança de pedágio.
O professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, também não vê espaço para queda no valor das tarifas. Para ele, o que possivelmente irá acontecer é uma gestão mais eficiente, o que vai refletir em melhor custo-benefício aos passageiros.
Leite acredita que, com a concessão à iniciativa privada, os serviços serão mais bem explorados, dando assim mais retorno aos consumidores.
"As empresas vão poder explorar melhor do que a Infraero os aeroportos", diz.
Consumidor terá mais canais para reclamar seus direitos
Apesar de ser favorável à privatização, o especialista em transporte e logística Antônio Wrobleski também não acredita que as tarifas vão cair, principalmente porque não haverá competição.
Wrobleski ainda afirma que uma das vantagens que os consumidores terão, agora que a iniciativa privada vai passar a administrar os aeroportos, diz respeito aos direitos do consumidor.
"Quando quem controla é a iniciativa privada, você sabe com quem falar", diz.
(Com informações do Infomoney)
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