Governo tentará acordo entre Gol e ex-funcionários da Webjet
Do UOL, em São Paulo
27/11/2012 12h48Atualizada em 27/11/2012 12h48
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pretende intermediar um acordo entre a companhia aérea Gol e os funcionários da Webjet a respeito das demissões anunciadas na semana passada.
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Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do ministério, entrou em contato com os dois lados para marcar uma "mesa de negociação", informou a assessoria de imprensa do MTE.
O encontro entre representantes das empresas e dos funcionários, como sindicatos, ainda não tem data prevista.
Na sexta-feira (23), a Gol Linhas Aéreas anunciou o fim das atividades da Webjet e a demissão de 850 empregados entre tripulação técnica, tripulação comercial e manutenção de aeronaves.
Segundo a empresa, os clientes da Webjet com passagens compradas serão atendidos pela Gol, sem qualquer custo adicional.
A Gol concluiu a compra da WebJet em outubro de 2011, por R$ 70 milhões, além de ter assumido dívidas de cerca de R$ 200 milhões. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão das duas empresas em outubro.
Demitidos da Webjet pedem que Cade reavalie fusão
Os ex-funcionários da Webjet devem entrar com um pedido no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que o órgão revise a decisão sobre a fusão entre Gol e Webjet, julgada no mês passado.
Eles se reuniram nesta segunda-feira (26) com o presidente do Cade, Vinícius de Carvalho. Alegaram que as empresas envolvidas no negócio apresentaram "informações erradas" a respeito da Webjet que levaram uma análise incorreta.
De acordo com a legislação, o órgão antitruste pode rever uma decisão em dois casos: dados enganosos ou descumprimento do Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) --acordo assinado entre o Cade e as companhias do negócio que trata das determinações impostas no julgamento.
No encontro, o Cade se comprometeu a analisar o pedido que deve ser protocolado. A reunião foi um pedido de comandantes da Webjet.
Processo de fusão
Em 10 de outubro, o Cade aprovou a compra da Webjet pela Gol. No entanto, o órgão antitruste impôs restrições ao negócio. As empresas terão que utilizar no mínimo 85% dos slots (autorizações para pouso e decolagem) no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, na média por trimestre.
No dia do anúncio das demissões, o Cade esclareceu que é responsável por analisar os efeitos de fusões e aquisições na concorrência de cada setor, e que não tem o poder de intervir na estratégia comercial da empresa.
A compra da Webjet pela Gol foi firmada em agosto do ano passado. O preço total da Webjet, estimado na época, era de R$ 310,7 milhões, sendo R$ 214,7 milhões em dívidas. Mas a Gol informou em março que concluiu a compra por R$ 43 milhões, além de assumir o endividamento.
Cerca de 3.000 pessoas foram demitidas em 2012
Após o corte de quase 3.000 funcionários desde o início do processo de fusão entre as duas empresas, a Gol não prevê novas demissões. Além dos 850 funcionários anunciados nesta sexta-feira, outros 2.000 já tinham sido desligados da empresa neste ano.
"Agora, com a nova estrutura, incluindo desligamento desses 850 colaboradores, nossa estrutura ficará estável em torno de 17 mil colaboradores", afirmou Kakinoff, em teleconferência.
Segundo o executivo, a maioria dos demitidos são membros de tripulação. A Gol irá absorver 450 funcionários da WebJet que atuam principalmente nos aeroportos.
(Com informações de agências)