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Sonhar alto demais e 'atirar para todo lado' são erros comuns em negócio

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

31/05/2013 06h00

Na hora de elaborar o plano de negócios para abrir a empresa, muitos empreendedores acabam cometendo erros que comprometem o crescimento ou a sobrevivência do futuro negócio.

Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que desconhecer o público-alvo, ter excesso de otimismo, subestimar os concorrentes e não alterar o planejamento quando necessário são os pecados mais comuns dos empreendedores.

De acordo com o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo), Fabiano Nagamatsu, o plano de negócio é um dos documentos mais importantes para abertura e gestão de empresas.

No projeto, devem constar os objetivos do negócio, previsões de investimento, vendas, faturamento e lucro líquido, além de dados sobre o mercado no qual a empresa atuará, como número de concorrentes, possíveis clientes e fornecedores nas proximidades.

“O plano de negócios é um direcionador. Vai dar uma visão mais clara ao empresário se o negócio é viável ou não. Ele aponta obstáculos no caminho da empresa e minimiza as incertezas”, diz o consultor do Sebrae-SP.

Veja os erros mais comuns

  • 1

    Desconhecer o público

    Sem o cliente definido, a empresa "atira para todos os lados". O empreendedor deve saber idade, classe social, sexo, localização e até a religião de seus clientes, se isso for estratégico

  • 2

    Ser otimista demais

    O excesso de otimismo do empresário pode elevar sua previsão de vendas. O recomendável é fazer projeções modestas e analisar se o negócio continua sendo viável mesmo assim

  • 3

    Subestimar a concorrência

    Sem conhecer os concorrentes, a empresa não consegue espaço no mercado. Empresários devem aproveitar brechas deixadas pela concorrência para se diferenciarem e se destacarem

  • 4

    Esquecer o capital de giro

    Sem uma reserva de capital, a empresa pode fechar as portas nos primeiros meses de vida. O ideal é que o capital de giro seja suficiente para cobrir os custos operacionais por seis meses

  • 5

    Não querer mudar o plano

    A dinâmica do mercado exige que o empresário revise periodicamente seu plano de negócio e faça alterações para corrigir a rota. Seguir o plano cegamente sem adaptá-lo à realidade pode deixar o negócio menos competitivo

Fontes: Fabiano Nagamatsu (Sebrae-SP), Marcelo Aidar (FGV), Luiz Manzano (Endeavor)

    No site da instituição há uma cartilha sobre como elaborar um plano de negócios disponível para download.

    Empresa precisa definir público-alvo

    Segundo Nagamatsu, quando uma empresa não delimita seu público-alvo, ela “atira para todos os lados” e não cria laços com o cliente.

    O ideal, de acordo com o consultor, é o empresário conhecer os hábitos de consumo do público, além de definir idade, sexo, classe social, localização e até religião de seus clientes, quando for estratégico para o negócio.

    “Se o público-alvo de uma empresa for os judeus, por exemplo, talvez não seja interessante funcionar aos sábados, durante o ‘shabat’, um dia de descanso para eles em que muitos nem saem de casa”, afirma.

    Excesso de otimismo esconde obstáculos

    Para o coordenador-adjunto do centro de empreendedorismo e novos negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas), Marcelo Aidar, ser otimista demais durante o planejamento pode encobrir problemas que inviabilizam a abertura da empresa.

    Alguns empreendedores costumam achar que o mercado é mais favorável do que a realidade e acabam fazendo previsões ambiciosas de vendas. O recomendável, segundo Aidar, é fazer projeções com valores mais baixos.

    “É melhor ser surpreendido com um faturamento maior em vez de um menor”, diz.

    O professor da FGV declara, ainda, que subestimar a concorrência pode ser fatal para um negócio. “Se o empresário não sabe quem são e onde estão seus concorrentes, ele dificilmente vai ser diferente ou ganhará espaço no mercado.”

    A pesquisa dos concorrentes, segundo Aidar, pode ser feita na internet e também pelas ruas do bairro onde a empresa vai se instalar. “O empreendedor pode entrar [no estabelecimento], ver como é o atendimento do concorrente e quais brechas podem ser aproveitadas.”

    Projeto pode sofrer alterações

    De acordo com Luiz Manzano, gestor de busca e seleção de empreendedores da Endeavor, instituição sem fins lucrativos de apoio ao empreendedorismo, outro erro comum é quando o empresário faz planos imutáveis.

    Manzano declara que no caminho sempre haverá problemas e imprevistos. O plano de negócios ajuda a encontrar alternativas e, por isso, precisa ser revisto periodicamente.

    “O plano de negócios é como um mapa. Se você percebe que há um obstáculo adiante, você pode mudar o trajeto e ir por outro caminho”, afirma.

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