BC dos EUA mantém pacote de US$ 85 bi por mês para incentivar economia
Do UOL, em São Paulo
30/10/2013 16h15Atualizada em 19/03/2014 19h01
Os Estados Unidos decidiram, mais uma vez, manter sua atual política monetária, que injeta todo mês US$ 85 bilhões na economia do país. A decisão do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), já era esperada por investidores no mundo todo, após a decisão de manutenção ter sido tomada em setembro.
A decisão foi aprovada por 9 votos contra 1.
Ao anunciar a decisão amplamente esperada, integrantes do Fed ressaltaram a perspectiva de crescimento mais fraco devido, em parte, à disputa fiscal em Washington, que paralisou boa parte do governo por 16 dias neste mês.
Em maio, o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciou que a instituição esperava diminuir progressivamente seus estímulos econômicos, para retirá-los totalmente em meados de 2014, quando o desemprego cairia a 7%.
Fim do estímulo nos EUA preocupa investidores no mundo todo
Nos últimos meses, os investidores estão preocupados com a recuperação da economia dos Estados Unidos. Com sinais de que o país está superando a crise, o banco central do país começou a avaliar uma redução em seu programa de estímulos.
Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões nos mercados, em um programa conhecido como QE3. O BC americano tem utilizado uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.
Sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.
Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Fed alertou, em maio, sobre a redução do esquema de compra de títulos dos EUA.
Brics terão US$ 100 bi para acalmar mercados após fim de estímulo
No começo de setembro, o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciou a criação de um fundo com US$ 100 bilhões para manter as economias emergentes aquecidas.
Outro objetivo é estabilizar os mercados cambiais, que têm se mostrado instáveis desde que surgiram rumores de que os EUA podem reduzir seu programa de estímulo econômico --o que reduziria a quantidade de dólares em circulação no mundo.
Do total, o Brasil contribuirá com US$ 18 bilhões, mesma quantia de Índia e Rússia. A China, detentora da maior reserva cambial do mundo, contribuirá com US$ 41 bilhões. A África do Sul terá a menor participação, de US$ 5 bilhões.
(Com agências)