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EUA decidem manter pacote de US$ 85 bi por mês para incentivar economia

Do UOL, em São Paulo

18/09/2013 15h10Atualizada em 19/03/2014 19h00

Os Estados Unidos decidiram manter sua atual política monetária, que injeta todo mês US$ 85 bilhões na economia do país. A decisão do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), surpreendeu investidores no mundo todo, que esperavam uma redução desse pacote. 

A notícia animou os mercados internacionais. Logo após a divulgação, no Brasil, por exemplo, a Bovespa inverteu a tendência e passou a operar em alta de mais de 1%, enquanto o dólar intensificou a queda, perto de R$ 2,21.

  • Gráfico mostra disparada da Bovespa após anúncio do BC dos EUA, por volta das 15h

O Fed informou que, nas próximas reuniões, vai avaliar se os dados continuam mostrando a melhora do mercado de trabalho e da inflação.

"O comitê decidiu aguardar mais evidências de que o progresso será sustentado antes de ajustar o ritmo de suas compras", disse o Fed em comunicado.

O Fed reiterou ainda que não começará a elevar os juros até que o desemprego caia ao menos para 6,5%, desde que a inflação não ameace ir acima de 2,5%. A taxa de desemprego nos EUA estava em 7,3% em agosto.

Em maio, o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciou que a instituição esperava diminuir progressivamente seus estímulos econômicos, para retirá-los totalmente em meados de 2014, quando o desemprego cairia a 7%.

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Fim do estímulo nos EUA preocupa investidores no mundo todo

Nos últimos meses, os investidores estão preocupados com a recuperação da economia dos Estados Unidos. Com sinais de que o país está superando a crise, o banco central do país começou a avaliar uma redução em seu programa de estímulos.

Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões nos mercados, em um programa conhecido como QE3. O BC americano tem utilizado uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.

Sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.

Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Fed alertou, em maio, sobre a redução do esquema de compra de títulos dos EUA.

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Brics terão US$ 100 bi para acalmar mercados após fim de estímulo

No começo de setembro, o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciou a criação de um fundo com US$ 100 bilhões para manter as economias emergentes aquecidas.

Outro objetivo é estabilizar os mercados cambiais, que têm se mostrado instáveis desde que surgiram rumores de que os EUA podem reduzir seu programa de estímulo econômico --o que reduziria a quantidade de dólares em circulação no mundo.

Do total, o Brasil contribuirá com US$ 18 bilhões, mesma quantia de Índia e Rússia. A China, detentora da maior reserva cambial do mundo, contribuirá com US$ 41 bilhões. A África do Sul terá a menor participação, de US$ 5 bilhões.

(Com agências)