Investimento das empresas cai 4% e acumula 9 quedas seguidas, aponta IBGE
Do UOL, em São Paulo
01/12/2015 10h07Atualizada em 02/12/2015 12h56
Os investimentos das empresas recuaram 4% no terceiro trimestre de 2015 na comparação com os três meses anteriores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Foi a nona queda consecutiva. Desde 1996, quando o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) começou a ser feito pelo IBGE, não há registros de uma série tão longa de quedas.
Desde a metade de 2013, a formação bruta de capital fixo, como é chamado esse indicador, vem registrando resultados trimestrais negativos na comparação com o período imediatamente anterior.
Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o tombo dos investimentos chegou a 15% - o maior desde o início da série histórica, em 1996.
De acordo com o IBGE, o recuo foi influenciado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, sendo afetado ainda pelo desempenho negativo da construção civil neste período.
No acumulado do ano, a queda é de 12,7% em relação o mesmo período do ano anterior.
Economia recuou no 3º trimestre
O resultado geral da economia, divulgado nesta terça-feira (1º), mostrou queda de 1,7% no PIB no terceiro trimestre de 2015 em comparação com o segundo trimestre.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2014, a queda foi de 4,5%, no pior resultado desde 1996.
A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2015 foi de 18,1% do PIB, inferior à do mesmo período de 2014 (20,2%).
O que significa investimento em baixa?
O investimento é importante porque mostra a capacidade do país de continuar crescendo no futuro: quando uma empresa planeja aumentar a produção, ela investe em máquinas, transporte e infraestrutura, por exemplo.
Se esse índice cai, isso indica que os empresários não estão confiantes e, portanto, não pretendem ampliar a produção. Se as empresas não crescem, deixam de contratar trabalhadores e de produzir mais, fazendo com que a economia desacelere no longo prazo.