Países reagiram à crise de 2008 injetando dinheiro em bancos e empresas
Do UOL, em São Paulo
15/09/2018 04h00
No dia seguinte à quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, há dez anos, o governo dos Estados Unidos reagiu à repercussão negativa e salvou, por US$ 85 bilhões, a gigante de seguros AIG.
O resgate sinalizava em que direção caminhariam os governos no mundo todo para tentar estancar a crise.
Nos Estados Unidos, o então presidente George W. Bush socorreu o sistema bancário assinando um pacote de US$ 700 bilhões, o Tarp (Programa de Alívio de Ativo Problemático, na sigla em inglês), aprovado pelo Congresso sob forte resistência.
O governo também resgatou empresas que passavam por dificuldades. As fabricantes de veículos General Motors (GM) e Chrysler, por exemplo, receberam cerca de US$ 62,5 bilhões, no total.
Os recursos foram usados para manter essas empresas funcionando e tornavam os EUA donos de fatias delas. Ao longo dos anos, conforme as companhias iam se recuperando, o governo recebia de volta seu dinheiro.
No caso da AIG, os EUA tiveram que injetar mais recursos depois dos US$ 85 bilhões. No total, foram US$ 182 bilhões para salvar a companhia. Quando a devolução do dinheiro terminou, em 2012, o governo vendeu suas ações da seguradora.
No resgate, a GM recebeu US$ 50 bilhões em dinheiro público. A devolução terminou em 2013, e os EUA venderam sua fatia na montadora naquele ano.
Já a Chrysler completou o pagamento de US$ 12,5 bilhões ao governo norte-americano em 2011. Pouco depois, a Fiat comprou as ações que o governo tinha na empresa.
G20 e zona do euro
Reunidos às pressas em novembro de 2008 para discutir soluções para a crise, líderes do G20, as 20 maiores economias do mundo, decidiram destinar US$ 1,1 trilhão para ajudar países emergentes.
A zona do euro tomou ações parecidas com as dos EUA, formulando um plano de 200 bilhões de euros para salvar o sistema bancário.
Os problemas no continente europeu se agravariam nos anos seguintes, com países como Portugal, Espanha e Grécia recorrendo a empréstimos bilionários da União Europeia e do FMI (Fundo Monetários Internacional) para não quebrar.