Diversidade, a arma das agências para melhorar a comunicação
Demorou, mas as agências de propaganda finalmente perceberam que, para falar com diferentes públicos, é preciso olhar as coisas sob variados pontos de vista. Para aumentar a diversidade das equipes, descobrir novos talentos e dar oportunidade a jovens que, pelos métodos tradicionais de recrutamento, teriam poucas chances de serem selecionados, algumas estão apostando em projetos de inclusão social e profissional.
A Grey Brasil firmou parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares (mais conhecida como Unipalmares) para inclusão de jovens de baixa renda no mercado publicitário. No mês de setembro, seis alunos iniciaram carreira na Grey. Profissionais da agência atuam como mentores dos novatos, para acelerar o processo de aprendizagem e apoiar a integração. Hoje, as vagas de estágio são oferecidas, primeiro, aos estudantes da Unipalmares.
Segundo a agência, a diversidade proporcionada por esses novos profissionais ajuda a desenvolver uma comunicação mais plural e multicultural, como a própria população brasileira. O objetivo de preencher todas as vagas do segundo semestre com estudantes da Zumbi foi cumprido. Agora, a meta é fazer com que eles se desenvolvam para que possam ser efetivados ao final do estágio.
A Wieden+Kennedy tem um projeto similar, Os Kennedys, que está na terceira edição. Os participantes são indicados por ONGs e universidades que normalmente não estão no radar de contratação do mercado publicitário. A iniciativa existe há três anos e, ao longo desse período, 25 jovens entre 18 e 27 anos já passaram ou estão no programa. Destes participantes, 23 continuam trabalhando com propaganda.
Durante os três primeiros meses, os selecionados passam por uma maratona de encontros, workshops e aulas com profissionais da agência e professores de escolas de comunicação. O projeto acontece em todas as unidades da W+K, mas cada país escolhe o enfoque de acordo com a necessidade local. No Brasil, foi escolhido o tema inclusão.
“Formar jovens demanda tempo e atenção. Cada Kennedy tem dois mentores, o coordenador do programa e um gestor. São no mínimo quatro pessoas que acompanham o jovem no seu desenvolvimento pessoal e profissional”, afirmou Fernanda Antonelli, diretora do escritório brasileiro da W+K.
Criatividade com toque feminino
Na Publicis Brasil, a ideia é promover maior participação de mulheres na área de criação, normalmente dominada pelos homens --numa proporção de 80% a 20%. Para mudar esse quadro, foi lançado este ano o projeto Entre, de capacitação e desenvolvimento de jovens criativas. Foram selecionadas 30 participantes, que fizeram um curso de processo criativo gratuito durante três meses na Publicis.
Pelo menos metade das alunas do Entre está fazendo estágio em agências ou empresas do setor. Só a Publicis contratou quatro delas como estagiárias. “Acredito que uma criação mais diversa contribui para o nosso negócio final, gerando discussões internas com mais pontos de vista e, em consequência, melhores ideias para os clientes”, disse o diretor de operações da agência, Domênico Massareto.
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