Como Tasso, Simone Tebet diz que Bolsonaro ajuda Previdência ficando calado
Do UOL, em São Paulo
13/08/2019 18h34
O presidente Jair Bolsonaro pode ajudar na aprovação da reforma da Previdência se ficar calado. Isso foi dito, nos últimos dias, por duas figuras centrais na tramitação do texto no Senado: o relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE), e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS).
Em entrevista à Folha publicada na segunda-feira (12), Tasso disse, sobre Bolsonaro, que "quanto mais calado, melhor". "Acho que a postura que ele deve ter é quanto mais calado, melhor, que aí as coisas fluem com mais tranquilidade, sem criar nenhum ponto de atrito. Aquelas declarações, algumas iniciativas, ele pode suspender, por enquanto, para não contaminar o ambiente."
Nesta terça (13), em entrevista à Globo News, Tebet foi questionada sobre como o presidente pode ajudar ou atrapalhar a votação da proposta no Senado. Ela riu e respondeu: "(...) O presidente pode ajudar ficando calado. Eu acho que ele pode ajudar não sendo adversário do próprio governo, deixando a equipe técnica, que é competente, o Ministério da Fazenda, o Ministério da Economia, junto com os outros ministros, fazer aquilo que eles sabem fazer bem", afirmou.
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"O Congresso Nacional sabe da responsabilidade que tem, mas toda vez que ele, gratuitamente, ofende a classe política, joga as redes sociais contra o Congresso Nacional, desviando, inclusive, o foco daquilo que realmente importa, que é a população brasileira, ele acaba atrapalhando", continuou.
Sobre a tramitação da proposta na Câmara, disse que as polêmicas entre presidente e Congresso atrasaram o processo em "no mínimo, 15 a 20 dias". Segundo ela, apesar de já ser dada como certa a aprovação da reforma pelo Senado, uma fala de Bolsonaro poderia atrasar o processo.
"A reforma da Previdência está blindada, mas não significa que ela está blindada em relação ao rito e ao tempo. Se nós temos pressa em entregar a reforma da Previdência, seja ela qual for, nós temos que entender que a fala de um presidente da República, sim, contamina e pode atrasar o processo", disse.