Oposição quer mudar aposentadoria especial e pode tirar R$ 25 bi da reforma
Antonio Temóteo
Do UOL, em Brasília
18/10/2019 16h43
Resumo da notícia
- Senadores de oposição querem alterar reforma da Previdência, que deve ser votada em 2º turno na terça (22)
- Entre as mudanças previstas estão regras para aposentadoria de pessoas que trabalham em serviços perigosos e atividades prejudiciais à saúde
- Se aprovadas, as propostas têm potencial para desidratar a reforma da Previdência em R$ 25 bilhões e reduzir ainda mais a economia prevista
- Governo tenta convencer senadores a votar contra mudanças
Senadores de oposição querem mexer novamente no texto da reforma da Previdência, que deve ser votado em segundo turno pelo Senado na próxima terça-feira (22). Eles pretendem mudar as regras para a aposentadoria de pessoas que trabalham em serviços perigosos (como vigilantes e eletricitários) e atividades prejudiciais à saúde.
O governo ainda não fechou a conta sobre o impacto dessas medidas, mas estimativas preliminares estimam que essas mudanças têm potencial para "desidratar" a reforma da Previdência em R$ 25 bilhões em dez anos, e reduzir ainda mais a economia prevista, atualmente em pouco mais de R$ 800 bilhões.
No primeiro turno, a oposição conseguiu alterar as regras para concessão do abono. O governo, por outro lado, tenta convencer os senadores a reverter tais mudanças.
Estratégia ainda indefinida
Segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), o partido deve apresentar um destaque (proposta de mudança) para garantir aposentadoria especial para vigilantes e eletricitários. A oposição também quer retirar a idade mínima para aposentadorias especiais de pessoas que trabalham em atividades prejudiciais à saúde.
Segundo Paim, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), deve apresentar o destaque voltado para aqueles que trabalham em atividades prejudiciais à saúde. Procurado, o gabinete de Randolfe confirmou que ele apresentará um destaque, mas informou que o conteúdo ainda está em discussão com os partidos de oposição.
O UOL procurou o gabinete do senador Weverton (PDT-MA), que informou que estuda apresentar uma proposta de mudança e que definirá o teor até a próxima semana.
Atualmente, quem trabalha em ambientes que trazem risco à saúde pode se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de contribuição, conforme a gravidade da exposição. Na Câmara, além do tempo mínimo de contribuição, foi definida idade mínima para o benefício e pontuação para ter direito à aposentadoria especial.