Governo: Mais do que demissão, problema do emprego foi queda na contratação
Números divulgados nesta quarta-feira (27) mostram que, por causa da crise causada pelo coronavírus, o mês de abril teve o pior resultado de empregos com carteira já registrado pela pesquisa desde 1992. Apesar do recorde negativo, a equipe técnica do governo avalia que o aumento no número de demissões não foi tão ruim como se poderia esperar, graças aos programas de preservação de emprego. Contudo, como as empresas estão menos dispostas a contratar, houve uma queda brusca no número de admissões.
Os dados mostram que, em abril deste ano, houve 1,46 milhão de demissões de empregados com carteira assinada —um aumento de 17,2% em relação a abril de 2019. Por outro lado, o número de admissões foi de apenas 598 mil, o que representa uma queda de 56,5% em relação às contratações em abril do ano passado.
A diferença entre admissões e demissões resultou no saldo negativo de 860,5 mil empregos com carteira assinada em abril de 2020, um reflexo da crise econômica que acompanha a pandemia de covid-19.
"É um número duro, mas que traz em si algo positivo: ele demonstra que o Brasil, diferentemente de outros países, está conseguindo preservar emprego e renda", disse Bruno Bianco, secretário especial de Previdência e Trabalho. "No entanto, também pelos mesmos motivos de pandemia, nós não estamos conseguindo manter os mesmos níveis de contratação de outrora."
Bianco afirmou que a situação é atípica. "Vamos trabalhar para ter o mesmo nível de contratação do início do ano".
Programa pode ser prorrogado
O secretário Bianco disse que, "por ora", não se pode pensar na prorrogação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal. Segundo ele, a decisão sobre a ampliação ou não dos prazos do programa será tomada em momento oportuno, junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
No programa, o governo federal paga um Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) para os trabalhadores que tiveram seus contratos de trabalho suspensos em razão da pandemia, ou que tiveram redução proporcional de jornada de trabalho e de salário.
"O governo avalia que de fato é um programa muito exitoso", disse o secretário. "Se vai ser ou não ampliado, isso no momento oportuno é uma decisão que tomaremos em conjunto com o ministro e o presidente da República, e aí sim, também com as medidas de retomada."
*Com Estadão Conteúdo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.