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Um jovem em cada seis perde emprego pela pandemia, aponta OIT

Desemprego é maior entre os jovens, que têm dificuldade para conseguir um primeiro emprego com carteira assinada - Camila Domingues/Palácio Piratini
Desemprego é maior entre os jovens, que têm dificuldade para conseguir um primeiro emprego com carteira assinada Imagem: Camila Domingues/Palácio Piratini

27/05/2020 11h42

Os jovens são as principais vítimas da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, diz a OIT (Organização Internacional do Trabalho) em um estudo publicado hoje: um em cada seis jovens está desempregado.

Ao apresentar o relatório à imprensa, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, pediu aos governos que "prestem muita atenção a essa geração do confinamento" para evitar que ela seja afetada pela crise no longo prazo.

Ele explicou que os jovens são desproporcionalmente afetados pela crise, devido a perturbações no mercado de trabalho e na educação e na formação.

De acordo com um estudo da OIT entre menores de 29 anos, um em cada seis jovens entrevistados parou de trabalhar desde o surgimento da COVID-19.

E aqueles que mantiveram seus empregos viram seu horário de trabalho diminuir em 23%.

Além disso, cerca de metade dos jovens estudantes relata um "provável atraso" na conclusão completa de seus estudos, enquanto 10% deles acreditam que não serão capazes de concluí-los.

Com uma taxa de 13,6% em 2019, o desemprego juvenil já era maior do que em qualquer outro grupo populacional. Pelo menos 267 milhões de jovens estavam desempregados, não frequentavam a escola, nem cursos profissionalizantes.

Os jovens de 15 a 24 anos que trabalhavam, geralmente mantinham formas de emprego que os tornavam mais vulneráveis, porque eram empregos mal remunerados, ou informais, ou devido à sua condição de trabalhadores migrantes.

"A crise econômica causada pela COVID-19 está atingindo os jovens - especialmente as mulheres - com mais força e rapidez do que outros grupos populacionais", disse Guy Ryder, citado no comunicado.

"A menos que sejam tomadas medidas urgentes para melhorar sua situação, talvez tenhamos de suportar o legado do vírus por décadas", acrescentou.

Esta quarta edição do Observatório da OIT sobre o impacto da COVID-19 também mostra que uma política rigorosa de testes em massa leva a muito menos perturbações no mercado de trabalho e em termos sociais do que as medidas de quarentena e confinamento.

Nos países que testam sua população em larga escala, a redução média no horário de trabalho é de até 50%.

Segundo a OIT, há três razões para isso: testes e triagem reduzem a necessidade de medidas estritas de contenção; promovem a confiança do público, incentivando o consumo e ajudando a apoiar o emprego; e ajudam a minimizar as interrupções operacionais no local de trabalho.

Além disso, podem contribuir diretamente para a criação de novos empregos, mesmo que temporários.

"Testes e triagens podem ser um componente valioso da estratégia para combater o medo, reduzir riscos e reviver nossas economias e sociedades", afirmou Ryder.

Globalmente, a crise continua a causar "uma redução sem precedentes na atividade econômica e no tempo de trabalho em todo mundo", observa a OIT, sendo a região das Américas a mais afetada, seguida pela Europa e pela Ásia Central.

Em comparação com o quarto trimestre de 2019, a organização observou uma queda de 4,8% nas horas de trabalho no primeiro trimestre de 2020 (o que equivale a 135 milhões de empregos com base em uma semana de trabalho de 48 horas).

As perspectivas para o segundo trimestre são "desastrosas": as horas trabalhadas deverão cair cerca de 10,7%, o equivalente a 305 milhões de empregos em período integral.