Burger King terá que indenizar funcionária chamada de 'gorda e feia'
Do UOL, em São Paulo
11/03/2022 20h25
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo condenou a rede de fast food Burger King a pagar indenização a uma trabalhadora que teria sido movida de função por ser "gorda e feia". A então empregada deverá receber cerca de R$ 8,5 mil.
Segundo o relato dela e corroborado por outras duas testemunhas, uma gerente informou que ela não seria mais supervisora de vendas porque não estava no padrão da loja, que é ser "magra, bonita e maquiada".
As duas testemunhas contaram ao Tribunal que a trabalhadora discriminada foi substituída por outra mulher alinhada à estética exigida pela gerente.
Em nota ao UOL, a empresa disse que "repudia qualquer tipo de discriminação e preza pelo respeito à diversidade acima de tudo. Sobre o processo em referência, a marca reforça que tomou ciência do caso e que está tratando-o no judiciário".
Segundo o TRT, o Burger King se defendeu dizendo que não havia diferença de hierarquia entre o antigo e o novo cargo da trabalhadora que se sentiu prejudicada.
Mas, de acordo com o apurado pelo órgão, a função desempenhada anteriormente pela então funcionária proporciona acesso mais rápido a outros cargos.
Assim, o Tribunal decidiu que o Burger King deverá indenizar a trabalhadora em cerca de R$ 8,5 mil, o que equivale a cinco vezes da última remuneração dela.
Além disso, a empresa pagará adicional de insalubridade pela necessidade dela, pelo emprego, de circular em câmaras frias e por horas extras.