Guedes diz que inflação é culpa mundial, mas que situação vai melhorar
Mariana Durães
Do UOL, em São Paulo
09/06/2022 15h56
O ministro da Economia Paulo Guedes disse hoje que a inflação não é culpa do governo federal, mas sim um problema mundial. Segundo ele, "estamos em um combate duro" e o Brasil "começa a decolar de novo". Guedes e o presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram, de forma virtual, do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
"Tivemos um choque adverso, que foi covid primeiro e agora essa guerra Ucrânia-Rússia. A comida ficou mais cara, a energia também. E evidentemente isso nunca foi culpa do nosso presidente ou do nosso governo. Isso é uma inflação mundial, e nós estamos combatendo", disse.
Segundo Guedes, "agora é hora de dar um freio nessa alta de preços" pelo "bem do Brasil". O ministro reforçou o apelo de Bolsonaro e fez uma previsão de melhoria do cenário brasileiro.
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"O Brasil vai ser o primeiro a sair da crise. O Brasil já está crescendo. Temos notícias que a inflação esse mês já veio bem abaixo do previsto. Temos também a notícia de que está indo muito bem as ordens encaminhadas para a capitalização da Eletrobrás (..) O Brasil tem um futuro à frente extraordinário", garantiu.
Mas, apesar de a inflação ter desacelerado no mês passado, ainda acumula alta de 11,73% em 12 meses. Só os alimentos e bebidas subiram 13,51% desde maio de 2021. Considerando apenas os produtos da cesta básica, a disparada foi ainda maior, com altas que chegam a mais de 67%. Apenas um item — arroz — teve queda (-10,27%) no período.
Bolsonaro pede 'menor lucro possível' em alimentos
O presidente fez um apelo aos supermercados, principalmente em relação aos produtos da cesta básica. Bolsonaro reclamou de ser visto como culpado pela "inflação e aumento dos gêneros alimentícios".
"O apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, é que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível, para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes", disse.
Bolsonaro também deu exemplos de medidas do governo, como as relacionadas a combustíveis. E, em tom eleitoral, fez uma lista de pautas defendidas por ele, diferentemente dos demais candidatos.
"É um apelo pela nossa economia, para que nós possamos, ao continuar o governo, mostrar a vocês que nós não queremos, por exemplo, revogar a reforma trabalhista. Nós não queremos mais que se use o nosso BNDES para emprestar para ditaduras. Nós não queremos valorizar o MST da forma original. Não queremos uma campanha de desarmamento da população. Nós reconhecemos e valorizamos os militares", afirmou, em tom eleitoral, falando ainda de liberdade religiosa, de imprensa e expressão.