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Desemprego vai a 9,3%, menor nível desde 2015, e atinge 10,1 mi de pessoas

Rendimento médio do brasileiro, porém, caiu 5,1% no ano até o trimestre encerrado em junho - Amanda Perobelli/Reuters
Rendimento médio do brasileiro, porém, caiu 5,1% no ano até o trimestre encerrado em junho Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/07/2022 09h07Atualizada em 29/07/2022 14h34

A taxa de desocupação no trimestre de abril a junho ficou em 9,3%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar para o período desde 2015.

A população desocupada é estimada em 10,1 milhões de pessoas, o que representa 1,9 milhão de pessoas a menos do que no período anterior. Já a população ocupada é de 98,3 milhões, alta de 3,1% frente ao trimestre anterior. É o maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Para a coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, o movimento é similar ao de outros anos. "A retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre", disse ela em nota.

No mês passado, a taxa de desocupação foi estimada em 9,8% no trimestre encerrado em maio, também a menor taxa para o período desde 2015.

Cresce número de trabalhadores informais

O número de pessoas no mercado informal ficou em 39,3 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2016. Na comparação com o trimestre anterior, houve alta de 2,8%.

Estão incluídos nesse grupo os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

"Nesse segundo trimestre, houve a retomada do crescimento do número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que havia caído no primeiro trimestre. Além disso, outras categorias principais da informalidade, que são os empregados sem carteira no setor privado e os trabalhadores domésticos sem carteira, continuaram aumentando", analisou Adriana Beringuy, do IBGE.

Para ela, o avanço desse tipo de trabalho está relacionado ao fim das medidas de isolamento para conter a covid-19. "Podemos observar que parte importante dos serviços, como os serviços pessoais prestados às famílias, tem grande participação de trabalhadores informais e está influenciando essa reação da ocupação. Isso também tem ocorrido na construção, setor com parcela significativa de informais", disse.

Rendimento médio cai 5,1% no ano

O rendimento médio no período foi de R$ 2.652, estável em relação ao trimestre anterior, mas caindo 5,1% desde o início de 2022.

Beringuy explica que os resultados refletem a expansão da ocupação no trimestre. "Embora não haja aumento no rendimento médio dos trabalhadores, houve crescimento da massa de rendimento porque o número de pessoas trabalhando é bastante elevado", ressaltou.

Diferença entre Pnad e Caged

O Ministério do Trabalho divulgou ontem os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país criou 277 mil novas vagas em junho. A pesquisa, porém, abrange apenas contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.

Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende inclusive o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.

Metodologia

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.