Desemprego cai em 22 estados no 2º tri; taxa é maior para mulheres e negros
A taxa de desemprego caiu em 22 estados no 2º trimestre, ficando em 9,3%, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) Trimestral, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A comparação é com o trimestre anterior (11,1%). Outros cinco estados registraram estabilidade. Em relação ao mesmo período de 2021 (14,2%), o desemprego caiu em todos os estados e no DF.
Entre os desempregados, os dados mostram que o acesso a vagas é desigual entre diferentes grupos da população. Entre mulheres e negros (pretos e pardos), a taxa é bem mais alta do que entre homens e brancos.
O estado de Pernambuco registrou o maior recuo do primeiro para o segundo trimestre: menos 3,5 pontos percentuais.
Alagoas, Pará, Piauí e Acre também se destacaram, com quedas de cerca de três pontos nos quatro estados.
Do primeiro para o segundo trimestre, o Nordeste registrou a maior taxa de desocupação: 12,7%.
A região também abriga os três estados com maior índice de desemprego:
- Bahia (15,5%)
- Pernambuco (13,6%)
- Sergipe (12,7%)
Já as menores taxas foram em:
- Santa Catarina (3,9%)
- Mato Grosso (4,4%)
- Mato Grosso do Sul (5,2%)
Registraram estabilidade o Distrito Federal, o Amapá, o Ceará, o Mato Grosso e Rondônia.
Carteira assinada
O levantamento mostra ainda que, no segundo trimestre de 2022, 73,3% dos empregados do setor privado tiveram a carteira assinada, com destaque para Santa Catarina (87,4%), São Paulo (81%) e Paraná (80,9%).
Na parte de baixo do ranking ficaram Piauí (46,6%), Maranhão (47,8%) e Pará (51%).
Desemprego é maior entre mulheres e negros
Enquanto a taxa de desocupação de pessoas brancas e homens ficaram abaixo da média nacional, as das mulheres e pessoas pretas e pardas continuaram mais altas no 2º trimestre do ano.
Desemprego é maior entre mulheres:
- Homens: 7,5%
- Mulheres: 11,6%
Desemprego é maior entre pessoas negras (pretas e pardas):
- Brancos: 7,3%
- Pretos: 11,3%
- Pardos: 10,8%
Apesar da queda generalizada na taxa de desocupação em diversos recortes, a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy afirma que a distância entre homens e mulheres ainda é grande.
"A queda foi maior entre as mulheres (2,2 p.p. contra 1,6 p.p. dos homens), porém, não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa das mulheres é 54,7% maior que a dos homens", diz.
No recorte por idade, a taxa de desocupação de jovens de 18 a 24 anos recuou. Era 22,8% no 1º trimestre e foi para 19,3% no 2º trimestre. "Foi, entre as faixas etárias, onde mais caiu. Mas ainda sim, é uma taxa bastante elevada, bem acima da média", afirma Beringuy.
Rendimento cai no Sul, Sudeste e Nordeste
No 2º trimestre deste ano, o rendimento médio mensal recebido pelos trabalhadores foi estimado em R$ 2.652, demonstrando estabilidade na comparação com ao 1º trimestre de 2022 (R$ 2.625). Entretanto, esse valor é 5,1% menor do que o percebido no 2º trimestre de 2021, que foi de R$ 2.794.
Comparando com o trimestre anterior, todas as regiões apresentaram estabilidade. Já no confronto anual, Nordeste, Sul e Sudeste tiveram queda.
Diferença entre Pnad e Caged
No monitoramento de como está o mercado de trabalho, o Ministério do Trabalho também divulga mensalmente os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Essa pesquisa, porém, abrange apenas contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.
A Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende inclusive o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.
Metodologia
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.
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