Quer viajar pelo mundo e ganhar em dólar? Veja como trabalhar em cruzeiros
Se você tem vontade de trabalhar em cruzeiros enquanto viaja pelo mundo, algumas agências podem te ajudar neste processo gratuitamente. Há vagas abertas para áreas como bar, restaurante, cozinha, limpeza e entretenimento com salários que variam de US$ 550 a US$ 4.000 por mês (cerca de R$ 2.704,73 a R$ 19.670,80, na conversão do dia 15).
Onde encontrar vagas
No Brasil, as maiores agências de recrutamento são:
ISMBR (ismbr.net.br): a única que recruta para o cruzeiro da Disney Cruise Line, que é um dos mais concorridos;
Rosa dos Ventos (rosadosventosbrasil.com.br): recruta para os cruzeiros MSC, os mais famosos do mundo;
Infinity Brasil (infinitybrazil.com.br): recruta para a Viking (que faz viagens para Europa e Ásia), Virgin (que faz viagens de luxo para mais de 900 destinos), Costa (que faz volta ao mundo), Royal (que tem cruzeiros para o mundo todo, do Alaska a Ilhas Canárias, por exemplo) entre outras.
Mais de 2.000 vagas abertas
Para 2023, a ISMBR tem 1.500 vagas abertas. Elas são para diversas áreas como bar, restaurante, cozinha, limpeza e entretenimento. A remuneração mensal varia entre US$ 550 (para vagas como assistente de bartender) a US$ 4.000 (para gerente de restaurantes ou vagas em que se ganha gorjeta, por exemplo).
Já a Infinity Brasil tem 600 vagas para diferentes cruzeiros. A remuneração também varia de US$ 550 a US$ 4.000 e o salário médio para uma posição de atendimento é de US$ 1.500 por mês.
A Rosa dos Ventos não informa a quantidade de vagas abertas. Mas é possível se candidatar preenchendo um formulário e aguardar um retorno da empresa.
Como é o processo seletivo
Geralmente leva de seis a oito meses entre a seleção e o embarque. Este é o prazo para que o candidato complete o seu cadastro, incluindo certificados e avaliações médicas.
As agências atendem companhias diferentes e cada uma delas tem um processo seletivo diferente e requisitos específicos. Geralmente seguem esta sequência:
- Cadastro no site da agência
- Entrevista on-line de pré-seleção com a agência com uma parte em inglês para já testar seu nível
- Entrevista on-line com os representantes da companhia marítima com quem você vai trabalhar, feita toda em inglês
- Teste e cadastro on-line da companhia marítima
- Se você for aprovado, precisa apresentar a documentação
- Falar inglês em nível intermediário a avançado é o primeiro pré-requisito porque é a língua oficial quando você estiver embarcado.
- A idade mínima é de 18 a 21 anos, de acordo com cada companhia.
- Experiência de pelo menos 6 meses na área em que deseja trabalhar ajuda a ser direcionado para uma vaga específica para posições de liderança. Quem não tem experiência é direcionado para as vagas de acordo com o nível de inglês.
- Disponibilidade de viagem de seis a nove meses.
- Cada vaga ainda tem requisitos próprios. A excelência no atendimento ao cliente é um dos pilares para trabalhar na Disney Cruise Line, por exemplo.
Quanto custa?
As agências fazem a seleção gratuitamente, mas os candidatos aprovados devem providenciar alguns documentos que têm custo:
- Passaporte. Custa R$ 257,25, mas se você pedir com urgência, o valor chega a R$ 334,42.
- Exames médicos. Todos os tripulantes contratados ganham seguro internacional de saúde, então as companhias querem saber se os funcionários estão saudáveis antes de embarcar e pedem exames laboratoriais e de avaliação física, que custam entre R$ 700 a R$ 1.200.
- Treinamento STCW (Standards of Training, Certification and Watchkeeping for Seafarers). Algumas companhias exigem este treinamento, com noções de primeiros-socorros e combate a incêndio, por exemplo. Custa em média R$ 1.250.
- Visto para o país de onde você vai embarcar, se for o caso. O custo é de responsabilidade do contratado e custa US$ 160 no caso do visto americano de tripulantes e R$ 504,28 no caso do visto italiano.
- Passagem aérea. Algumas companhias pagam passagem de ida e volta para porto de embarque, mas outras não pagam.
Como é a rotina de trabalho?
A média de horas de trabalho por dia é puxada. A jornada varia de 11 a 13 horas por dia, sete dias por semana, de acordo com a legislação internacional, controlada pela Maritime Labour Convention (MLC).
Os pagamentos são realizados em dólar americano. Normalmente, através de um cartão internacional fornecido pela companhia já a bordo do navio. O pagamento costuma acontecer a cada duas semanas.
Trabalho e folgas são contabilizadas por hora. Assim, não existe dia integral de folga quando você está embarcado, mas sim horas de folga, quando você pode inclusive sair do navio e aproveitar para conhecer a cidade onde o navio estiver atracado ou frequentar áreas como academia, bar e restaurantes.
O regime de trabalho não é CLT. É regido pelas leis internacionais de trabalho, que se aproximam mais do trabalho como PJ.
Nem todos os funcionários podem desembarcar para passear quando o navio atracar. Camareira, barmen e cleaner, que são funções da tripulação, têm de ficar o tempo todo no navio, inclusive quando ele está parado, em alguns casos. E, de acordo com a Infinity Brasil, a maioria dos tripulantes tem a obrigação por lei de cumprir uma escala e permanecer a bordo para casos de emergência.
As cabines para dormir são compartilhadas por duas ou até quatro pessoas, dependendo do navio. O espaço é reduzido, então não é recomendável levar muita bagagem. Existem refeitórios específicos para os tripulantes.
Geralmente o sinal de internet é via satélite, precário e caro. Algumas companhias oferecem um pacote de dados semanal para usar em alto-mar para os funcionários, em outras é preciso pagar pelo acesso.
Fotógrafo trabalha em navios há 12 anos e já conheceu 37 países
Eu trabalhava como fotógrafo freelancer em São Paulo antes de começar a trabalhar em cruzeiros e tinha meses que não tinha trabalho, era uma incerteza. Mas ter a oportunidade de entrar em um navio e ganhar para conhecer o mundo é uma experiência que ninguém vai tirar de mim, Eu venho de uma família humilde e me apaixonei pela vida a bordo. É algo que eu amo, pretendo ficar mais 15 anos fazendo isso.
Lincoln Luján
O fotógrafo Lincoln Luján sonhava em conhecer a Itália quando se candidatou para sua primeira vaga em um cruzeiro, há 12 anos. Nesse período, ele já conheceu 37 países e 197 cidades diferente, sendo 39 delas só na Itália.
Nos seus primeiros contratos, Luján trabalhou como fotógrafo. Atualmente ele prefere ganhar menos trabalhando no shopping da embarcação, mas ter mais tempo livre para acompanhar excursões fora do navio nos países em que o cruzeiro faz paradas, por exemplo. Ele também tem benefícios como comer no buffet, cabines em um deck acima do nível do mar, e pode andar nas áreas de passageiro sem uniforme e frequentar o bar.
Segundo Luján, uma vantagem do trabalho é poder economizar com alimentação e hospedagem enquanto trabalha. "Eu só gasto com o que eu quero dentro do navio, mas meu salário é praticamente limpo sem dedução fiscal e impostos, então dá para juntar bastante", afirma.
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