Gerações priorizam salário, mas boomer quer presencial, e 'gen Z', liderar
Baby boomers, millennials, geração X e Z. Em comum, todas têm o salário como o fator mais importante no trabalho. É o que mostra uma pesquisa feita pela consultora Michael Page, do PageGroup, divulgada nesta semana.
O levantamento ouviu cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil, incluindo executivos de cargos que vão desde posições de suporte à gestão até a diretoria. Veja os principais resultados:
Salário é o mais importante
Millennials (nascidos entre os anos 1980 e o início da década de 1990) são os que consideram o salário como o fator mais importante no emprego em que atuam (75%). De acordo com o estudo, a geração supera as médias dos boomers (nascidos antes de 1965), com 60%; da geração X (nascidos de 1966 a 1980), com 70%; e da geração Z (nascidos após 1995), com 73%.
A maioria (90%) dos profissionais da geração Y (ou os millennials) classifica o salário como aspecto de maior importância para aceitarem uma nova proposta de trabalho. Eles ficam atrás apenas da geração Z (92%), superando os Baby Boomers (75%) e os respondentes da geração X (84%).
Liderança e gerenciamento de conflitos
Quando questionados sobre as competências que mais teriam interesse em desenvolver, os boomers classificam o gerenciamento de conflitos (39%), a influência (34%) e o gerenciamento de estresse (27%) como prioridades. A geração X seguiu pelo mesmo caminho: gerenciamento de conflitos (39%), influência (38%) e gerenciamento de estresse (34%).
No caso dos millennials, priorizam a liderança (52%), a influência (43%) e o gerenciamento de conflitos (37%). A geração Z acompanha a geração anterior: liderança (69%), influência (35%) e gerenciamento de conflitos (33%).
As novas gerações não querem apenas executar tarefas, elas desejam liderar e influenciar o rumo das organizações. O mercado precisa se preparar para essa ambição crescente. Empresas que não oferecerem oportunidades para essa liderança emergente correm o risco de perder relevância rapidamente. Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil
A preocupação com o crescimento da inteligência artificial no mercado de trabalho também foi avaliada no levantamento. Questões éticas e uso responsável da IA (40%), necessidade de requalificação e atualização constante (30%) e impacto na segurança e privacidade dos dados (16%) foram as principais preocupações apontadas pelos boomers em relação ao uso da IA no emprego.
O cenário é idêntico nas demais faixas etárias, mudando apenas os percentuais de cada uma. Na geração X, a preocupação com questões éticas e uso responsável da IA ficou em 42%, necessidade de requalificação, 25%, e impacto na segurança e privacidade, 17%; millennials, questões éticas (38%), necessidade de requalificação (24%) e impacto na segurança e privacidade (20%), e geração Z, questões éticas (36%), necessidade de requalificação (21%) e impacto na segurança e privacidade (22%).
Gerações também priorizam equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Para os boomers, salário (60%), equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (55%) e ambiente de trabalho e cultura empresarial (32%) são os principais aspectos no emprego em que atuam. Já para os colaboradores da geração X, o salário (70%), o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (50%) e os benefícios (32%) ganham destaque.
Entre os millennials, aparecem o salário (75%), o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (50%) e a progressão de carreira e treinamento (29%). Os profissionais da geração Z também apontam o salário (73%), equilíbrio entre a rotina pessoal e profissional (44%) e a progressão de carreira e treinamento (40%).
Valorização no trabalho
A valorização e o reconhecimento no trabalho foram outros aspectos avaliados pelos profissionais. Para os boomers, reconhecimento financeiro e bônus (49%), valorização por parte da liderança (29%) e plano de carreira e desenvolvimento (10%) são os principais fatores.
Nas demais gerações, os aspectos são bem semelhantes. Na geração X aparecem reconhecimento financeiro e bônus (47%), plano de carreira e desenvolvimento (25%) e valorização por parte da liderança (22%). Para os millennials, reconhecimento financeiro e bônus (47%), plano de carreira (32%) e valorização por parte da liderança (14%), e para a geração Z, reconhecimento financeiro e bônus (46%), plano de carreira (37%) e valorização por parte da liderança (12%).
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As diferentes gerações se alteram na busca por uma nova oportunidade de trabalho. Entre os respondentes da geração X, 55% estão procurando emprego ativamente, superando os profissionais boomers (52%), os millennials (45%) e os da geração Z (44%).
O estudo detalhou também o que cada geração consideraria como prioridade para aceitar uma proposta de trabalho nos próximos meses. Os boomers elencaram o salário (75%), os benefícios (45%) e a possibilidade de trabalhar de forma híbrida ou remota (43%) como os fatores essenciais.
Os respondentes da geração X seguem a mesma linha, com salário (84%), benefícios (58%) e trabalho híbrido ou remoto (43%) como prioridades. Os millenials classificam como aspectos fundamentais a remuneração (90%), o trabalho híbrido ou remoto (58%) e os benefícios (51%).
Já para os mais jovens (geração Z), os principais fatores para aceitar uma nova vaga são o salário (92%), o trabalho híbrido ou remoto (61%) e oportunidades de crescimento interno (57%).
Como cada geração procura emprego?
Para os boomers, o LinkedIn (82%), networking pessoal (50%) e portais de busca online são as principais ferramentas para encontrar uma nova vaga. A mesma linha é observada nas duas próximas faixas etárias: geração X, LinkedIn (92%), networking pessoal (42%) e portais de busca online (37%), e millenials, LinkedIn (95%), sites de busca online (35%) e networking pessoal (33%).
Com a preferência por ferramentas digitais, 95% dos profissionais da geração Z afirmaram que buscam novas oportunidades no LinkedIn, 44,8% disseram que utilizam portais de vagas online e 28% seguem o networking pessoal.
Destaques por gerações
Boomers
De acordo com o levantamento, os profissionais nascidos antes de 1965 são os que mais se sentem amparados ou apoiados na empresa em que trabalham, com 11% dos respondentes, superando a geração X (7%), os millennials (6%) e a geração Z (7%).
Os colaboradores mais experientes também são os menos adeptos ao trabalho híbrido ou remoto. Cerca de 18% dos baby boomers afirmaram que não preferem trabalhar em casa em nenhum dia da semana, ficando à frente das médias da geração X (14%), dos millennials (8%) e da geração Z (5%).
Geração X
A pesquisa mostrou que os profissionais nascidos de 1966 a 1980 enfrentam grandes jornadas diárias de trabalho. Cerca de 60% dos respondentes nascidos da geração X afirmaram que trabalham mais de oito horas por dia, superando os boomers (55%), os millennials (54%) e a geração Z (47%).
A faixa etária ainda é a que mais possui profissionais estressados. Cerca de 7% dos respondentes disseram ter um índice muito alto de estresse diário, ficando à frente das médias da geração Z (6%), dos millennials (5%) e dos boomers (3%).
Millennials
De acordo com o estudo, os nascidos de 1981 a 1994 foram a segunda faixa etária que mais afirmou se sentir valorizada ou reconhecida na empresa atual, com 47,3%, ficando atrás apenas dos boomers (52,1%) e superando a geração X (42,3%) e a geração Z (45,3%).
Geração Z
Mais preocupados com questões de diversidade e inclusão, a maioria dos respondentes nascidos após 1995 acreditam que a empresa em que trabalham tem a capacidade de desenvolver uma cultura mais inclusiva, com cerca de 57%, igualando-se aos boomers (57%) e ficando à frente da geração X (54%) e dos millennials (55%).
Mais adeptos ao trabalho híbrido e remoto, os mais jovens também lideram a preferência dos colaboradores que se consideram mais produtivos trabalhando de casa, com 58% dos respondentes, superando as médias dos boomers (34%), da geração X (38%) e dos millennials (50%).
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