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Quando seis Boeings 747 pousaram em aeroporto e ficaram presos lá por meses

É uma história engraçada, se não fosse problemática. Em 2020, a empresa alemã Lufthansa precisou enviar seis de seus Boeings 747-400 para a Holanda, mas eles acabaram presos lá por vários meses devido a problemas burocráticos.

O envio

O motivo do envio dos aviões a Twente, um pequeno centro de conexões no leste do país, foi a redução de voos causada pela pandemia de covid-19. Eles chegaram ao local entre junho e julho de 2020.

Ali, cinco unidades acabaram vendidas para uma empresa de desmanche de aviões nos EUA, enquanto outra não. E foi aí que o problema começou.

Proibidos de decolar

O aeroporto autoriza o pouso de aeronaves como os Boeing 747 para que elas sejam desmontadas por uma empresa local. Entretanto, por questões de segurança, aviões tão grandes não podem decolar dali.

Até então, apenas pousos desse modelo eram permitidos. Pousos e decolagens de aviões maiores acabaram sendo flexibilizados durante a pandemia para fins de armazenamento (que é quando eles ficam parados aguardando o momento de voltar a voar) e manutenção apenas.

Entretanto, enquanto ainda estavam lá, as regras antigas voltaram a valer, impedindo a decolagem dos Jumbos. Para sair de lá, acabou sendo preciso uma autorização especial, mas que também não foi fácil de ser adquirida.

Como saíram?

O processo para permitir que os Boeings 747 decolassem foi difícil. Foi feito um acordo entre o órgão público regulador holandês e os operadores dos aviões para a saída das aeronaves.

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Após longos meses de disputa, inclusive no judiciário, os aviões receberam autorização para decolar. Em troca, esse tipo de situação jamais poderia voltar a ocorrer, até mesmo pelo fato de que seria muito difícil que uma nova autorização do tipo seja novamente concedida.

Para decolar, os aviões precisaram obedecer a uma série de regras. Entre elas, ter pouco combustível e serem leves, o que facilita a decolagem na pista daquele aeroporto.

Por que a polêmica?

Segundo a mídia especializada, havia um interesse econômico maior do que o operacional em manter os aviões no aeroporto. Cada aeronave parada gerava uma renda a Twente, que seria eliminada com a remoção das aeronaves dali.

Apenas em 2021 a Lufthansa removeu o último avião do aeroporto, com a promessa de nunca mais fazer aquilo de novo.

Reportagem

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