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Como organizar o seu bolso para se livrar das dívidas em 5 passos

Endividado? Confira o que você precisa fazer para colocar suas finanças em ordem e pagar as dívidas Imagem: iStock

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/07/2023 04h00

Sair do vermelho é um desafio quando os juros estão altos e os boletos não param de chegar. Mesmo parecendo um beco sem saída, com algumas atitudes é possível organizar as finanças. Veja dicas para se livrar das dívidas.

1) Por onde começar?

Em primeiro lugar, liste suas dívidas. Quais são os contas e boletos que precisam ser pagos? Qual a minha renda mensal? São respostas que devem ser colocadas no papel. Liste o que está devendo e para quem, incluindo informações como valor, prazos e número de parcelas.

Saiba qual é sua renda e quais são seus custos mensais. Ou seja, quanto ganha por mês e quais as suas contas fixas. Assim, é possível visualizar o dinheiro que entra e sai. Entender o que gerou o endividamento é ter em mente o que não se pode mais fazer, diz Renato Costa, educador financeiro do Sicoob.

2) Faça o planejamento financeiro

Saiba onde vai gastar - e onde vai cortar. O planejamento financeiro deve contar com o que é extremamente necessário: aluguel e contas da casa, por exemplo. Isso porque, após mapear o seu orçamento, você deve planejar onde vai gastar o seu dinheiro, diz Rhamon dos Santos, consultor financeiro e fundador da Santos Finanças.

Você deve reduzir os gastos não essenciais. É o caso de serviços de streaming e delivery, saídas para almoço e viagens de lazer.

Também vale economizar na energia elétrica e optar pelos produtos mais baratos no mercado. Economias que parecem superficiais fazem muita diferença a longo prazo. Ou seja, para se livrar das dívidas, é preciso não fazer mais dívidas.

Mas não elimine por completo seus momentos de lazer. Vale diminuir a frequência e optar por atividades sem custo, afinal, ninguém é de ferro.
Renato Costa, educador financeiro do Sicoob

3) Qual conta pagar primeiro?

Organize suas contas em atraso por ordem de prioridade. Rhamon dos Santos aconselha começar pelo o que prejudica mais o seu bolso. Ele diz que, se não fez as dívidas ao mesmo tempo, não tem porque pagar todas ao mesmo tempo e, sim, ir quitando uma por uma.

Um caminho também é trocar as dívidas com juros altos por outras com juros menores. Segundo o educador financeiro do Sicoob, usar o limite de cheque especial gera juros diários. Ao realizar o parcelamento total do limite, poderá manter uma prestação fixa e com uma taxa de juros mais baixa.

Outra opção é o parcelamento da dívida total do cartão de crédito em vez de pagar sempre o valor mínimo. Aqui, o parcelamento geralmente é mais vantajoso para fugir dos juros altíssimos desta modalidade, que atualmente passam de 450% ao ano.

4) Hora de negociar as dívidas

O passo seguinte é entrar em contato com sua instituição financeira ou demais credores. Explique sua situação e quais as suas condições para honrar os pagamentos sem atrasar.

Tenha clareza e segurança durante a conversa. Argumente que quer pagar o que é justo, e não com a taxa de juros acumulada, diz o consultor financeiro. Também é do interesse do credor que a dívida seja paga. É válido ser sincero no quanto consegue pagar e somente aceitar um valor que caiba no seu bolso, sem esquecer que precisa sobreviver e que imprevistos podem acontecer, diz Renato Costa.

Negociação da dívida não é imediata. Não deixe passar nenhuma dúvida sobre a proposta que você vai fechar com os bancos e credores, como juros e prazos. Tenha paciência com o processo de negociação, que pode ser bem demorado.

Não é uma boa ideia deixar para pagar bem depois. Você pode, sim, renegociar a dívida com descontos. Mas o melhor é sempre fazer o pagamento à vista e evitar que seu nome fique cheio de restrições no SPC, Serasa e Banco Central.

Procure programas para renegociar dívidas. Um exemplo é o novo programa do governo federal, o Desenrola Brasil. Ele será voltado para renegociar certas dívidas de até R$ 5.000 de pessoas físicas. Devedores poderão consultar as dívidas que se enquadram no programa. Empresas devem oferecer descontos para os devedores, e o governo vai organizar um leilão online para determinar o tamanho dos descontos.

5) Busque uma renda extra

Se suas dívidas ainda parecerem assim mesmo não ter fim, busque uma renda extra. A dica é procurar ofertas de trabalho em horários alternativos. Vender comidas caseiras e roupas que não usa mais, freelas na sua área de atuação e até serviços por aplicativos são algumas opções.

E destine o dinheiro que conseguir para as dívidas. Vale fazer um sacrifício por um período determinado, até as coisas normalizarem.

Depois de se reerguer das dívidas, pode voltar a gastar com lazer e outras coisas que abriu mão nesse meio tempo.
Rhamon dos Santos, consultor financeiro e fundador da Santos Finanças

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