Prévia de julho tem deflação de 0,07%, puxada por queda na conta de luz
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial, registrou deflação de 0,07% em julho, divulgou hoje o IBGE. Em junho, o índice ficou em 0,04%.
O que aconteceu
É a primeira deflação em 10 meses no IPCA-15. A última vez que o índice registrou variação negativa foi em setembro de 2022, quando houve queda de 0,37%.
Deflação é a inflação negativa, que sinaliza uma redução na média nos preços. Apesar da queda no mês, o acumulado do índice em 2023 é de 3,09%.
Em 12 meses, a inflação acumulada pelo índice é de 3,19%, a mais baixa desde setembro de 2020. A taxa ficou abaixo dos 3,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O resultado está dentro da meta da inflação do Banco Central para 2023. O centro da meta para o IPCA do ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Expectativa é que perda de força da inflação permita corte nos juros. Atualmente a taxa básica Selic está em 13,75%, e a aposta do mercado é de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do Copom de agosto.
Resultado foi puxado por queda nos preços da energia elétrica residencial. A conta de luz caiu 3,45% em média no mês no país, após o bônus de Itaipu ser incorporado na fatura de julho.
Botijão de gás e alimentação ficaram mais baratos. O botijão de gás registrou queda de 2,1%, e o grupo de alimentação, 0,4%. Os alimentos que ficaram mais baratos foram o feijão carioca (-10,2%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,5%) e carnes (-2,42%).
Batata e alho ficaram mais caros. A batata inglesa aumentou 10,25%, e o alho, 3,74%.
Veja a variação mensal por grupo:
- Transporte: +0,63%
- Despesas pessoais: +0,38%
- Educação: +0,11%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,07%
- Vestuário: +0,04%
- Comunicação: -0,17%
- Alimentação e bebidas: -0,4%
- Artigos de residência: -0,4%
- Habitação: -0,94%
Como é calculado o IPCA-15?
O IPCA-15 considera 465 produtos e serviços e mede a inflação para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
O indicador abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país. A diferença está apenas no período de coleta dos preços e nas cidades pesquisadas.