Giraffas: Delivery tem taxa exorbitante e é quase monopólio do iFood

O mercado de delivery é quase um monopólio do iFood e precisa de mais concorrência para funcionar melhor. As taxas aos restaurantes hoje são "exorbitantes". É o que diz o fundador e presidente do Giraffas, Carlos Guerra, em entrevista ao UOL Líderes.

O que ele disse

Monopólio no delivery. O empresário diz que o mercado de entrega de comida é quase um monopólio do iFood e precisa de mais concorrência. Segundo ele, as taxas cobradas dos restaurantes são exorbitantes, o que sacrifica muito a margem e chega a inviabilizar alguns serviços. Ele diz que o Giraffas é parceiro do iFood, e que não reclama do parceiro, mas sim da falta de concorrência no setor. Procurado, o iFood não se manifestou até a publicação da reportagem.

Preços chegaram a um limite. O empresário disse que a rede tem se adaptado à alta dos preços dos alimentos nos últimos anos, e tirou pratos mais caros do cardápio, como filé mignon e camarão. Sua avaliação é de que aumento de preços chegou a um limite para o consumidor e a tendência é haver mais estabilidade agora.

Mil novas vagas de emprego. O empresário disse que até o final de 2023 a rede deve abrir entre 30 e 40 novos restaurantes, com investimento de cerca de R$ 30 milhões. Com isso, a expectativa é criar perto de mil nova vagas de emprego no ano — hoje o Giraffas tem cerca de 8 mil funcionários. Ele diz que a rede não requer necessariamente que o candidato tenha experiência, e que dá treinamento aos funcionários.

Arroz e feijão caseiros. Guerra falou sobre como a rede faz para que os pratos tenham o mesmo padrão em todas as unidades. Ele diz que um sistema logístico leva as carnes já divididas em porções e congeladas às lojas. Porém, o arroz e o feijão são feitos todos os dias.

Avaliação do governo Lula. O empresário elogiou a inteligência política do presidente da República e disse que ele tem tudo para fazer um bom governo. Ele disse que o petista conseguiu estabilizar as relações entre os poderes e está com um desempenho acima do esperado na economia. Criticou, porém, algumas falas de Lula sobre a revisão do marco do saneamento e a privatização da Eletrobras.

Setor de serviços na reforma tributária. O empresário disse que o país precisa urgentemente de uma mudança nos impostos, pois o sistema atual é um "manicômio" e cobra muito sobre produtos e pouco sobre a renda. Ele defende um sistema mais progressivo, no qual quem ganha mais, paga mais imposto. Porém, na sua avaliação, a reforma em discussão não simplifica o modelo o suficiente, e trará problemas ao setor de serviços, que pode ter de pagar mais imposto do que paga hoje.

Você pode ver destaques da entrevista no vídeo acima ou ouvir a conversa na versão podcast, em plataformas como Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts, entre outras.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.