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Lula e Biden lançam parceria por 'trabalho digno' e defendem sindicatos

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

20/09/2023 15h04Atualizada em 21/09/2023 07h01

O presidente Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançaram hoje, em Nova York (EUA), uma parceria que visa fortalecer direitos trabalhistas nos dois países e fizeram uma forte defesa sobre a importância do sindicato nas negociações de trabalho.

O que aconteceu

Chamada "Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras", esta é a primeira iniciativa dos dois países relacionada a direitos trabalhistas. Segundo o Palácio do Planalto, o objetivo é aumentar o número de empregos e melhorar as condições empregatícias no Brasil e nos EUA, tão diferentes entre si.

A iniciativa já havia sido anunciada em agosto, após telefonema entre os dois. Nos EUA, Biden é um dos políticos democratas mais próximos ao sindicalismo, origem política de Lula.

Queremos criar, quem sabe, um novo marco na relação entre capital-trabalho, uma relação do século 21, civilizada. Todas as pessoas que acreditam que sindicato fraco vai fazer com que o empresário ganhe mais estão enganadas. Não há democracia sem sindicatos fortes, porque os sindicatos são quem fala efetivamente pelo trabalhador.
Lula, em encontro com Biden

No encontro, o petista destacou que é necessário discutir como valorizar os salários em um contexto de transição energética e crises nas democracias ocidentais. "O trabalho está precarizado, o salário está aviltado, cada vez mais os trabalhadores trabalham mais e ganham menos", disse Lula.

Governo Biden é pró-sindicatos

Não queremos que só uma classe se saia bem. Queremos que os pobres tenham oportunidades de subir na vida, e essa visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. É por isso que o meu governo tem sido chamado de o governo mais pró-sindicatos da história dos EUA. [...] Os lucros sem precedentes devem se traduzir em salários mais altos, e por isso lançamos essa parceria para os direitos trabalhistas.
Biden, em encontro com Lula

A parceria poderá chegar ao âmbito do G20, disse Lula. O brasileiro destacou a sua atual gestão na presidência do órgão multilateral. Ao todo, o encontro durou pouco mais de uma hora.

Esta é a segunda vez que os dois se reúnem bilateralmente. Em fevereiro, Lula fez uma visita a Washington, pouco depois de assumir a Presidência. A retomada das boas relações entre os dois se contrapõe à proximidade que havia entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula, e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, derrotado por Biden.

É o renascer de um novo tempo na relação entre os EUA e o Brasil. Uma relação de iguais, soberana, de interesses comuns do povo trabalhador do seu país e do meu país.
Lula, em encontro com Biden

Entenda a iniciativa de Brasil e EUA

A parceria visa estreitar a colaboração entre os governos, centrais sindicais e a OIT (Organização Internacional do Trabalho), com foco em "desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras".

O governo brasileiro cita a necessidade de "ampliar o conhecimento público sobre os direitos trabalhistas e oferecer oportunidades para que os trabalhadores e trabalhadoras se capacitem para defender seus direitos", nas diretrizes da parceria.

Também há interligação com a temática climática, a fim de garantir que "a transição para fontes limpas de energia proporcione oportunidades de bons empregos para todos e todas".

As formas de trabalho nas plataformas digitais são mencionadas como tópico a ter mais proteção aos direitos dos trabalhadores.

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