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Empresas estão mais digitais e funcionários são multitarefa no pós-pandemia

Augusto Jimenez, CMO da Minds Idiomas Imagem: Divulgação

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, de São Paulo

25/01/2024 04h00

A pandemia da covid-19 exigiu a criação de uma modalidade de cursos ainda não explorada pela rede Minds Idiomas: a oferta de aulas online. Três dias após as cidades decretarem lockdown, o período de confinamento, a franquia já estava operando com a nova modalidade.

Atualmente, as aulas online representam 35% das turmas da rede. São mais de 700 salas ativas com a modalidade que, segundo Jimenez, passou a "atender os alunos que desejavam estudar no conforto do seu lar".

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Sempre valorizamos o contato do aluno com o professor e imaginávamos que o conteúdo das aulas seria melhor absolvido presencialmente. Porém, a pandemia nos mostrou que usando a tecnologia e o método pedagógico adequado, a qualidade permanece.
Augusto Jimenez, CMO da Minds Idiomas

Os serviços online se tornaram a realidade para muitos negócios durante a pandemia. Porém, de acordo com Sylvio Korytowski, sócio da Kick Off Consultores Associados, o crescimento desse hábito de consumo só foi antecipado.

A pandemia antecipou alguns conceitos que estavam certos que viriam a qualquer momento. Afinal, a vida digital é uma realidade para a nova geração, que consome tudo pela internet. As empresas usaram desse ambiente para continuarem ativas na pandemia, mas perceberam que é fundamental estar no mundo virtual para atender a este público.
Sylvio Korytowski, Sócio da Kick Off Consultores Associados

Mudança de comportamento no setor da alimentação. O delivery e as dark kitchen (cozinhas que atendem exclusivamente pedidos para entrega) que ganharam força durante a pandemia, continuam fortes no ramo de alimentação, segundo o especialista. "As pessoas estão ficando cada vez mais dentro do seu reduto e optam por pedir sua alimentação e ficar em casa."

Lojas ficaram menores e funcionários viraram multitarefa

Lojas menores, cardápios enxutos e funcionários multitarefa são algumas das estratégias incorporadas na pandemia e que vieram para ficar, segundo Marcus Rizzo, diretor da consultoria Rizzo Franchise.

A pandemia desnudou uma situação muito clara, especialmente no varejo e redes de franquias. A oneração da folha de pagamento, o custo da locação, estoque elevado e falta de fluxo de caixa são os grandes responsáveis pela morte dos negócios. Vimos uma adequação na pandemia e que está norteando a reestruturação de muitas empresas.
Marcus Rizzo, Diretor da consultoria Rizzo Franchise

O modelo de negócio vem sendo implantado em duas franquias atendidas por Rizzo: uma rede de escolas e uma de clínicas de vacinas.

Os modelos de negócios mais enxutos são uma realidade em outros países. "Lá fora é normal ver um funcionário de um café preparar o pedido, atender as mesas e limpar. Ele não reclama porque ganha muito bem para exercer todas as funções. Aqui no Brasil, vemos cada um fazendo uma coisa, deixando os processos inflados e onerosos", diz Rizzo.

A oferta excessiva de produtos também é um gargalo para os negócios, principalmente de alimentação, segundo ele. "Isso ficou evidente na pandemia, que dá para enxugar a oferta e manter o negócio operando. Por que ter um cardápio com 40 pizzas se as que mais têm saída são 15?"

Redução de custos. Uma operação com menor oferta, que consequentemente reduzirá o estoque, menos funcionários e a mudança para um lugar menor, pagando menos pelo custo da locação, são algumas mudanças que ficaram, frisa Rizzo. E isso pode dar mais fôlego para um negócio.

Estamos conseguindo revigorar uma série de franquias que viviam uma situação problemática e hoje estão focando seu crescimento em unidades com um formato mais enxuto. Isso pode parecer óbvio, mas quando vemos lojas vazias ou fechando as portas, é uma fórmula que tem se mostrado eficiente.
Marcus Rizzo.

O fortalecimento do comércio de bairro também foi intensificado na pandemia e veio para ficar, segundo Korytowski, sócio da Kick Off Consultores Associados.

São Paulo sempre foi uma cidade com os bairros bem desenvolvidos. Hoje você vê grandes marcas de supermercados e lojas presentes em todas as regiões onde há maior circulação de pessoas. Também vale destacar o crescimento dos mercados em condomínio. Há mega condomínios que oferecem de tudo para os moradores consumirem sem precisar sair de lá.
Sylvio Korytowski, sócio da Kick Off Consultores Associados.

Burnout na pandemia motivou serviço para mães

Thais Vieira e Aline Pedrazzi da Mãe-Estar Imagem: Divulgação

Aline Pedrazzi, 38 anos, era gerente executiva em um grande hospital de São Paulo quando começo a pandemia da covid-19, em 2020. Sua segunda filha era recém-nascida e, três meses após voltar da licença-maternidade, foi diagnosticada com burnout.

Solução para ajudar outras mães. Aline, então, pediu demissão e resolveu criar um serviço para "acolher as mães com recém-nascidos que estavam passando pela angústia da pandemia sem poder contar com o apoio de pessoas devido ao isolamento".

Inicialmente, a empresa criou serviços online como "Chá da Mãe", que trazia um vídeo com os amigos mandando mensagens para a mãe, que não podia receber visitas. Ela também passou a oferecer aulas online como dança materna, oficina de Shantala (massagem especial para bebês), consultoria de amamentação e brunch (enviado por familiares e amigos).

Mudança nos rumos. No ano passado, porém, ela resolveu mudar o modelo de negócio e criar um programa virtual de cuidado, atendimento e assistência às gestantes e mães de recém-nascidos, e trazer a engenheira de produção Thais Vieira, 39, para ser sócia do negócio.

Foco nas empresas. O programa vem sendo comercializado para empresas interessadas em dar assistências às funcionárias gestantes ou que estão em licença-maternidade e para as esposas de funcionários também. Há protocolos validados, segundo ela, para o tratamento de depressão na gestação e no pós-parto e cuidados com a saúde mental da mãe, além de orientações para pais e a rede de apoio auxiliá-la com o dia a dia da criança.

É preciso pensar na saúde mental e no acolhimento à gestante e à mãe de recém-nascidos. Somente quando eu tive minha primeira filha, eu percebi o quando isso é sério. Eu achava que ficaria em férias na licença-maternidade. Só quando vivi, eu pude perceber como é uma fase sensível para a mulher. Eu também estava com recém-nascida e uma filha pequena na pandemia e vi o quanto foi difícil para mim.
Aline Pedrazzi, CEO da Mãe-Estar

Neste mês, ela vai lançar um app que terá uma parte de acesso gratuita para quem se interessar pelo tema.

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