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'Petrobras nunca teve crise', diz Lula, sobre Prates e dividendos

Lula em café com jornalistas no Palácio do Planalto Imagem: Reprodução - CanalGov/23.abr.2024

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

23/04/2024 11h55Atualizada em 23/04/2024 13h46

O presidente Lula (PT) afirmou que a Petrobras "está tranquila" em meio à crise que ameaça a permanência de Jean Paul Prates no comando da estatal.

O que aconteceu

Lula disse que a Petrobras "nunca teve crise". "A crise da Petrobras é o fato de que ela é uma empresa muito grande. [...] Eu não vejo problema na Petrobras. O fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada, faz parte existência do ser humano", afirmou o presidente.

Quando Deus nos fez, quando deu boca, já estava previsto isso. Nem sempre a boca fala somente as coisas que são boas. Às vezes, uma palavra mal colocada cria uma semana de especulação, mas eu posso dizer que a Petrobras está tranquila.
Lula, em café com jornalistas

Ele ainda negou intenção de reforma ministerial. "Não existe nenhuma previsão de reforma ministerial na minha cabeça nesse instante", disse, apesar de críticas a vários ministros e negociadores do governo com o Congresso.

Sobre a regulamentação da reforma tributária, Lula não deu detalhes, mas disse que o desejo do governo é manter o mesmo relator. "Mas quem decide é o presidente Arthur Lira", afirmou, acrescentando que "o certo seria cobrar nada da cesta básica".

Crise na Petrobras

Permanência de Prates no cargo envolve o pagamento de dividendos extraordinários a acionistas. A Petrobras levantou a possibilidade de não pagar quase R$ 44 bilhões a eles.

O governo federal avalia a situação como instável após a escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo. Prates acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com as discussões sobre os dividendos.

Desgaste de Prates entre integrantes do governo é antigo. Eles criticam o fato de o presidente da Petrobras tomar decisões sem consultar o setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela articulação política do governo. Também há uma percepção de que Prates não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.

'Rivais' de Prates são favoráveis ao pagamento de dividendos. Antes resistentes, Alexandre Silveira e Rui Costa se alinharam ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e agora concordam com a distribuição de dividendos extras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O tema ainda será analisado pelo presidente Lula (PT), que está em viagem pelo Nordeste.

No início deste mês, a Petrobras divulgou um comunicado para afirmar que ainda não havia decisão sobre os dividendos extras. A estatal disse que o pagamento de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários será discutido e votado na Assembleia Geral de Acionistas marcada para 25 de abril.

Futuro do BC

Lula criticou a taxa de juros no Brasil, mas disse ter "paciência" para o fim do mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, que se encerra em 31 de dezembro.

O presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros muito alta é povo brasileiro, é o empresário que não consegue dinheiro para investir. É isso que está em jogo. Mesmo dizendo isso, eu tenho toda a paciência do mundo porque eu tenho que esperar até dezembro para mudar o Banco Central.
Lula, em café com jornalistas

Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC, é o principal cotado para substituir Campos Neto. Ele integrou a equipe de transição do terceiro mandato de Lula, foi número 2 do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e é muito ligado ao presidente. Outro nome forte é o de Paulo Picchetti, diretor de assuntos internacionais do BC, e amigo de Haddad.

Indicação de nome para assumir vaga é de competência do presidente da República. Lula, porém, ainda não se pronunciou sobre quem deve escolher. "Quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses, não tem problema viver mais seis meses."

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