Petrobras diz não haver decisão sobre pagamento de dividendos extras

A Petrobras reforçou que não há decisão sobre o pagamento de quase R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários. O comunicado vem em meio às incertezas sobre a permanência de Jean Paul Prates na presidência da companhia, além de rumores de que a estatal voltaria atrás e distribuiria os valores aos acionistas.

O que aconteceu

Decisão será tomada em assembleia no final do mês. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (4), a Petrobras informou que o pagamento de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários, referentes ao lucro remanescente de 2023, será discutido e votado na Assembleia Geral de Acionistas marcada para 25 de abril. Segundo a estatal, ainda "não há decisão quanto à distribuição de tais valores".

Petrobras planejava liberar 100% dos dividendos aos acionistas. O Palácio do Planalto, porém, barrou o movimento por meio de seus indicados no Conselho de Administração. Agora, há a expectativa de que o valor seja distribuído. A estimativa é de que algo entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões vá para o governo.

A competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da Assembleia Geral de Acionistas, que será realizada no dia 25 de abril de 2024. Fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado.
Petrobras, em comunicado

Incertezas sobre Prates

Comunicado vem em meio à fritura do presidente da Petrobras. O governo federal avalia a situação como instável após a escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo, segundo apuração do Broadcast Político, do Grupo Estado. Prates acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com as discussões sobre o pagamento de dividendos extras da Petrobras.

Desgaste de Prates entre integrantes do governo é antigo. Eles criticam o fato de o presidente da Petrobras tomar decisões sem consultar o setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela articulação política do governo. Também há uma percepção de que Prates não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.

'Rivais' de Prates são favoráveis ao pagamento de dividendos. Antes resistentes, Alexandre Silveira e Rui Costa se alinharam ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e agora concordam com a distribuição de dividendos extras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O tema ainda será analisado pelo presidente Lula (PT), que está em viagem pelo Nordeste.

(Com Estadão Conteúdo)

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