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Quando trocar diretor do BC, 'coisas vão voltar à normalidade', diz Lula

O presidente Lula em entrevista à rádio Mirante, do Maranhão Imagem: Reprodução/YouTube/CanalGov

Do UOL, em Brasília

21/06/2024 16h36Atualizada em 21/06/2024 17h02

O presidente Lula (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e disse nesta sexta-feira (21) que as coisas "vão voltar à normalidade" quando ele deixar o cargo.

O que aconteceu

Campos Neto tem mandato até dezembro deste ano, mas o governo vem indicando que deverá anunciar o substituto em breve. O economista foi colocado no cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e nunca teve boas relação com Lula.

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"Estamos chegando no momento de trocar o presidente do Banco Central, acho que as coisas vão voltar à normalidade", disse Lula, em entrevista à rádio Mirante, do Maranhão. "Porque o Brasil é um país de muita confiabilidade", justificou, sem esconder a pressa em trocar Campos Neto.

O principal cotado é Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC. O economista foi número dois de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e está alinhado com a política de juros mais baixos, como o governo quer, embora também tenha votado pela manutenção da taxa em 10,5% ao ano na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

O presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança.
presidente Lula, sobre Campos Neto

Divergência pelos juros

Lula tem sido o principal crítico da política de juros altos do Banco Central. Nesta semana, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, em decisão que interrompe um ciclo de quedas da Selic desde agosto de 2023, quando estava em 13,75%: foram sete reuniões seguidas.

A decisão do Copom foi unânime. Todos, incluindo os conselheiros indicados por Lula, votaram pela manutenção da taxa. A decisão interrompeu um ciclo de quedas da Selic desde agosto de 2023: foram sete reuniões seguidas, com redução de 13,75% para 10,5%.

Lula disse que a decisão "foi uma pena". "Quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro", reclamou, em entrevista no dia seguinte ao anúncio.

Hoje, em entrevista mais cedo no Piauí, o presidente disse que a taxa atual não tem critério e só atende ao mercado. "Ele (o sistema financeiro brasileiro) está interessado em especular. É por isso que a taxa de juros fica a 10,5% sem nenhuma explicação, sem nenhum critério."

O presidente também está insatisfeito com a relação de Campos Neto com nomes relevantes da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Nesta semana, ele afirmou que o presidente do BC "tem lado político".

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