Como família bilionária condenada por explorar empregados construiu império

Quatro membros da família Hinduja, considerada a mais rica do Reino Unido, foram condenados na Suíça sob acusações de exploração de trabalhadores domésticos vulneráveis.

Patrimônio de bilhões

A família Hinduja controla o conglomerado multinacional do grupo Hinduja, com negócios que vão desde caminhões e lubrificantes até bancos e televisão a cabo, presentes em 48 países.

O jornal britânico Sunday Times estimou recentemente o patrimônio líquido da família em 37 bilhões de libras (cerca de R$ 254 bilhões), e os listou como a família mais rica do Reino Unido.

O império da família começou em 1914, com Parmanand Deepchand Hinduja. Ele comercializava mercadorias na região de Sindh, na Índia (atual Paquistão), antes de se mudar para o Irã em 1919. Segundo a Forbes, os filhos dele mudaram a sua base do Irã para Londres em 1979.

Desde a mudança para a Europa, os Hinduja passaram a procurar mais ainda setores de crescimento elevado na Índia. Em 1984, a empresa adquiriu a Gulf Oil International Ltd, entrando no setor de petróleo e gás. Em 1987, comprou a Land Rover Leyland International Holdings (Reino Unido), ou LRLIH, do Grupo Rover britânico. O grupo entrou no espaço bancário indiano com o lançamento do IndusInd Bank, em 1993, e na televisão a cabo com a IndusInd Media and Communications Ltd, em 1995.

Atualmente, três irmãos Hinduja chefiam o conglomerado da família, segundo o The New York Times. Depois que Parmanand morreu, o mais velho de seus quatro filhos, Srichand Hinduja, assumiu o controle do império familiar. Então, quando Srichand morreu, em maio de 2023, seu irmão, Gopichand Hinduja, assumiu a presidência dos negócios. Os outros dois irmãos são Prakash e Ashok.

Enquanto Gopichand mora em Londres, Prakash mora em Mônaco e Ashok supervisiona os interesses indianos das empresas da família em Mumbai. De acordo com a Forbes, a família Hinduja tem imóveis valiosos em Londres, na Inglaterra, incluindo o hotel Raffles London, localizado no histórico edifício Old War Office, em Whitehall.

Por muito tempo, os irmãos tocaram os negócios da família em harmonia. No entanto, desde 2016, as relações começaram a se abalar, quando os irmãos passaram a brigar para anular um acordo prévio que dizia que os bens detidos por um irmão pertenciam a todos.

Caso na Justiça

Quatro pessoas estão envolvidos no caso: o magnata indiano Prakash Hinduja e a sua esposa Kamal, o filho do casal, Ajay, e a a esposa dele, Namrata.

Continua após a publicidade

A família é dona de uma vila no bairro nobre de Cologny, em Genebra, na Suíça, e todas as acusações contra eles estão relacionadas com a prática de levar empregados da Índia para cuidar dos filhos e da casa. Segundo a Sky News, as penas variam entre quatro e quatro anos e meio de prisão.

Além de exploração, a família também era acusada de tráfico humano — dessa acusação, no entanto, eles foram absolvidos. Foi alegado que eles confiscaram passaportes de funcionários, faziam pagamentos de valores baixos em rúpia, exigiam longas jornadas de trabalho e davam pouca liberdade a eles para saírem da casa.

Entre as alegações levadas ao tribunal também estavam a de que eles gastaram mais dinheiro cuidando de seus cães do que de seus empregados, de acordo com a BBC.

Os Hinduja já haviam chegado a um acordo extrajudicial confidencial com os três funcionários que fizeram as acusações contra eles, conforme relatou o The Guardian. Porém, a acusação decidiu prosseguir com o caso devido à gravidade das alegações.

Deixe seu comentário

Só para assinantes