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Com queda do dólar, Lula diminui tom: 'Se tem desarranjo, é só consertar'

Presidente Lula (PT) concede entrevista ao UOL no Palácio do Planalto Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em Brasília

03/07/2024 18h03Atualizada em 03/07/2024 18h40

O presidente Lula (PT) amenizou o tom nesta quarta-feira (3) após vários dias de enfrentamento à subida do dólar. Após sequência de altas, a moeda teve forte queda hoje e foi a R$ 5,56.

O que aconteceu

Questionado pela imprensa no Planalto, o presidente contemporizou. "O país tem que estar calmo, porque está tudo acontecendo favoravelmente. Se você tem um desarranjo qualquer, você só tem que consertar", disse, afirmando que não havia visto a cotação e ignorando as sucessivas altas —impactadas, inclusive, por falas suas.

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O dólar vinha em uma ascendência de recordes. Como o UOL tem mostrado, apesar de as falas de Lula não serem o único motivo para a alta, elas têm contribuído para a escalada, o que já preocupa o governo.

Lula reclamou sobre os questionamentos sobre a moeda, em vez de perguntas sobre o Plano Safra, anunciado hoje. "Estejam certos de que a comida vai ficar barata, estejam certos que esse país jamais será irresponsável do ponto de vista fiscal", afirmou aos jornalistas. Pela manhã, ele já havia dito que responsabilidade fiscal é um "compromisso" de seu governo.

Na última semana, as falas contra o Banco Central e os juros têm movimentado o mercado. Lula tem feito críticas intensas contra Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até dezembro, e à autonomia do banco.

A gestão já avalia que as falas de Lula foram como um título pela culatra. A agenda intensa de entrevistas foi montada com objetivo de promover os feitos do governo e até gerou efeitos iniciais positivos, mas a repercussão não tem sido a ideal. Aliados dizem que ele tem razão nas críticas aos juros altos, por exemplo, mas reconhecem que a forma belicosa, principalmente contra Roberto Campos Neto, tem causado ruídos e trazido prejuízos.

O governo tem buscado um plano de contingência. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi nesta manhã ao Palácio do Alvorada tratar sobre alta de câmbio com Lula. A conversa durou pouco mais de uma hora e serviu como uma preparação prévia para a reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária) que vai acontecer no final da tarde.

No mesmo tom ameno, Haddad afirmou à imprensa hoje que o câmbio "vai acomodar", mas sem dar detalhes. Ele também amenizou as brigas em relação ao BC. "A diretoria tem autonomia para atuar como entender conveniente, não existe outra orientação. Tem autonomia para atuar", disse Haddad após evento no Palácio do Planalto.

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