Bolsa e dólar ficam estáveis depois de dados positivos de inflação

A Bolsa de Valores de São Paulo terminou esta quarta-feira (10), em leve alta, quase estável. Por um lado, dados de inflação arrefecendo e repercussão das falas de terça-feira do presidente do banco central americano, Jerome Powell, puxaram o Ibovespa para o positivo. Mas, na outra ponta, a baixa no preço do petróleo e do minério de ferro fizeram força contrária e derrubaram as duas maiores ações do índice para baixo. No final, conforme dados preliminares, o Ibovespa fechou em alta de 0,08% a 127.209,23 pontos.

O dólar fechou em leve queda de 0,04%. O valor do dia foi de R$ 5,411 para compra, conforme dados preliminares. Confira a cotação em tempo real aqui.

O que aconteceu?

O recuo de cerca de 0,20% no valor internacional do petróleo no exterior e de 1,81% do minério de ferro na China. Isso impacta os dois maiores ativos do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4). Vale caiu para R$ 61,01, perdendo 1,60%. PETR3 ficou quase estavel, subindo 0,073%, para R$ 40,92. Enquanto isso, PETR4 desvalorizou 0,75%, para R$ 38,14.

Antes disso, a bolsa ia bem com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IPCA desacelerou para 0,21% em junho, animava a Bolsa. Em maio, havia ocorrido alta de 0,46%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a inflação oficial do país acumula alta de 2,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,23%.

Por que isso é importante?

O dado mensal veio abaixo do esperado pelo mercado. A estimava era de inflação de 0,32% em junho. Na comparação anual, também esperava-se um IPCA mais alto, de 4,35%.

Menor inflação ajuda o juro a cair. Com as taxas de juros caindo, os investidores voltam para a Bolsa de Valores, em busca de melhores rendimentos. As empresas que precisam de capital para crescer, também são beneficiadas e as ações sobem. O Copom (Comitê de Política Monetária) fará sua próxima reunião nos dias 30 e 31 de julho de 2024 para discutir novos cortes na taxa.

Mas o momento é ainda de cautela. é o que diz o Goldman Sachs. "Os fundamentos da inflação ainda exigem cautela na calibração de curto prazo da política monetária, apontando para uma pausa prolongada no ciclo de normalização das taxas", publicou hoje o banco americano.

E nos Estados Unidos?

O mercado está de olho na inflação americana, que sai nesta quinta-feira (11). Serão apresentados os dados de inflação ao consumidor (CPI) com números de junho. A projeção é de alta de 0,10% na comparação mensal.

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Se a inflação cair, espera-se um corte nos juros dos Estados Unidos, o maior mercado do mundo. Ontem, terça-feira, o presidente do Fed, numa sessão de perguntas e respostas diante de congressistas americanos, deu bons sinais.

Ele disse que há sinais crescentes de um mercado de trabalho esfriando. Isso poderia levar a um corte de juros. Ele também disse que manter as taxas elevadas por muito tempo poderia prejudicar o crescimento econômico.

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