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'Teve CEO de banco que disse que Pix não ia dar certo', diz membro do BC

Coordenador do Drex no Banco Central, Fabio Araujo Imagem: Divulgação/BC

Do UOL, no Rio de Janeiro *

13/08/2024 11h37

O Pix é um sucesso no Brasil, mas foi desacreditado antes de seu lançamento. O coordenador do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, afirma que executivos de grandes bancos duvidaram que o novo meio de pagamento daria certo no Brasil. Araujo participou do Finance of Tomorrow, evento paralelo do G20 realizado nesta terça-feira (13) no Rio de Janeiro. O encontro reúne reguladores do Brasil e América Latina e é organizado pela consultoria Potion, com apoio do Banco Central e da prefeitura da cidade.

O que aconteceu

Hoje há 778,5 milhões de chaves Pix cadastradas, e número cresce a cada mês. Em junho, foram movimentados R$ 2,2 trilhões pelo meio de pagamento. Os dados são do Banco Central.

Araujo diz que o Pix foi duvidado no início. Segundo ele, houve a interpretação de que o Pix seria apenas um meio de pagamento mais rápido do que os existentes e que, por isso, não pegaria tanto no país, nem traria mudanças significativas para o sistema financeiro.

O Pix é fácil de louvar. Mas até o parto, tiveram vários problemas. Teve CEO de banco grande dizendo que isso não ia dar certo, que ia ser só um TED mais rápido, para que ia fazer isso?
Fabio Araujo, coordenador do Drex no BC

O grande sucesso do Pix foi resolver um problema que as pessoas não sabiam que tinham. Araujo afirma que antes muitos brasileiros iam até o banco sacar o salário no dia do pagamento, e que o Pix mudou este hábito, entre tantos outros.

Segurança e controle de fraude é uma preocupação constante do BC sobre o Pix. Angelo Duarte, chefe do departamento de competição de estrutura do mercado financeiro do Banco Central, afirma que os desafios não param e que hoje os golpes envolvendo engenharia social são mais comuns do que fraudes envolvendo o Pix.

O BC cria as regras e controla se todos os players estão adotando tudo o que é preciso. Segundo Duarte, se a aplicação não é bem feita, todo o sistema é prejudicado.

Duarte afirma que o Pix foi o responsável por pressionar outros meios de pagamento a evoluírem. Ele cita a necessidade do mercado de cartões de crédito melhorarem o débito no e-commerce por causa do Pix, por exemplo.

Mesa no evento Finance of Tomorrow, no Rio de Janeiro, falou sobre futuro das finanças Imagem: Divulgação

Novidade no Pix

Uma das novidades do Pix é o automático. A funcionalidade está prevista para 16 de junho de 2025. Ele vai funcionar como um débito automático, mas para mais empresas.

A aposta do BC é alcançar mais pessoas com praticidade. Mesmo que já exista a função de agendar pagamentos recorrentes pelo débito automático, a avaliação é de que a adesão será maior com o Pix. Isso porque a empresa precisa ter convênio com cada instituição financeira para oferecer o débito automático, ou seja, parte dos clientes costuma ficar sem essa opção.

*A repórter viajou a convite da organização do evento.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O texto foi alterado. Em junho, foram movimentados R$ 2,2 trilhões pelo meio de pagamento, não milhões como havia sido informado anteriormente.

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