País precisa de abertura econômica para crescer, dizem donos do Plano Real
O caminho para o Brasil atingir o desenvolvimento econômico é a aplicação de reformas que promovam a abertura da economia brasileira. Esta é a visão do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. Ambos participaram nesta segunda-feira (12) do Finance of Tomorrow, evento paralelo do G20 realizado no Rio de Janeiro pela consultoria Potion, com apoio do Banco Central e da prefeitura da cidade.
O que aconteceu
Franco comparou o Brasil com a Coreia do Sul. O ex-presidente do BC afirma que o país asiático soube aproveitar a globalização para abrir sua economia e se tornar rico. Franco criticou a "autossuficiência" do Brasil e as iniciativas de substituição de importação por produção nacional.
Aqui optamos pela autossuficiência, substituição de importação por conteúdo nacional, esse lero lero que ainda está muito vivo. Foi um erro. A Coreia ficou muito rica e o Brasil ficou para trás. Se eu pudesse fazer uma reforma, eu escolheria essa.
Gustavo Franco, ex-presidente do BC
O desenvolvimento tecnológico é um dos motores do crescimento econômico, segundo Malan. Para o ex-ministro, países como Japão, Coreia e Taiwan perceberam que é importante reduzir a distância tecnológica que existe com os países desenvolvidos.
O verdadeiro motor do crescimento é o desenvolvimento tecnológico. Isso depende de investimento em gente. De educação, com política pública.
Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda
Malan também defende a necessidade de integração entre os países. Para o economista, o Brasil precisa ter maior integração com outros locais do ponto de vista financeiro, tecnológico e comercial.
Inflação
Malan afirmou que os brasileiros não vão permitir que nenhum governo seja leniente com a inflação. "A sociedade brasileira hoje não permitirá que nenhum governo tenha uma atitude excessivamente leniente e complacente acerca da inflação", afirmou Malan.
A inflação brasileira chegou ao teto da meta em julho. A variação ficou acima da previsão do mercado e o IPCA acumula alta de 4,5% nos últimos 12 meses. Em evento nesta segunda, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que está "sedimentado" entre os diretores da autarquia o consenso de que farão o que for preciso para trazer a inflação para a meta.
A sociedade brasileira hoje não permitirá que nenhum governo tem uma atitude excessivamente leniente e complacente a cerca da inflação.
Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda
* A repórter viajou a convite da organização do evento.
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