'Meu mandato vai até 2027', desconversa Galípolo sobre presidência do BC
O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, rechaçou nesta segunda-feira (12) a afirmação de que será o nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o posto de presidente da autoridade monetária a partir de 2025.
O que aconteceu
Galípolo é o nome mais cotado para assumir o comando do BC em janeiro. Questionado sobre o tema no Warren Institutional Day, ele desconversou e defendeu que o presidente da autoridade monetária é Roberto Campos Neto. "Ele está exercendo na sua plenitude a presidência do BC, de maneira ultragenerosa com todos os diretores", afirmou.
A única pessoa que pode indicar quem vai ser o próximo presidente do BC é o presidente da República, e depende, inclusive, de aprovação do Senado.
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC
Ele destacou ainda que seu mandato se encerra em março de 2027. Primeiro diretor indicado por Lula para a atual diretoria do BC, Galípolo defendeu a necessidade de elevar a credibilidade da autoridade monetária. Para isso, o diretor de política monetária destaca a necessidade de "falas e ações que coerentes".
Alta dos juros
Galípolo destaca que o último dado de inflação traz alerta para o BC. Segundo o diretor do BC, a variação do IPCA (Índice Nacional da Preço ao Consumidor Amplo) em julho veio acima das expectativas do mercado financeiro. Ele cita como determinante para os resultados recentes o patamar elevado dos preços de serviços. "Isso tem deixado a gente numa situação mais desconfortável", avalia.
Última reunião do Copom manteve a Selic estável em 10,5% ao ano. Após interromper, em junho, a trajetória de cortes da taxa básica de juros, os diretores do BC optaram pela segunda manutenção consecutiva da taxa Selic no patamar atual. Ao justificar a decisão, o Copom (Comitê de Política Monetária) cita as incertezas globais, as expectativas para a inflação e o ambiente fiscal ainda adverso.
Possibilidade de aumentar a taxa básica de juros não é descartada. Na ata divulgada na última terça-feira (6), a autoridade monetária garante que "não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado". A última alta da Selic aconteceu em junho de 2022, quando a taxa atingiu 13,75% ao ano.
Atual patamar da taxa básica de juros é alvo de críticas de Lula. O presidente classificou como "uma pena" o fim do ciclo de quedas da taxa Selic. "Quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro", esbravejou. Lula considera que Roberto Campos Neto, atual comandante da autoridade monetária, tem viés político e avalia que o nível da taxa básica inibe o crescimento da economia.
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