CVM quer dobrar número de investidores na Bolsa e atingir classe média

O presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro Nascimento, afirma que a ambição é dobrar o número de investidores em renda variável no Brasil. Nascimento deu a declaração no Finance of Tomorrow, evento paralelo do G20 realizado nesta segunda-feira (12) no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, organizado pela consultoria Potion, com apoio do Banco Central e da prefeitura do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Hoje o Brasil tem cerca de 5,3 milhões de brasileiros investindo em renda variável na B3. Nascimento afirma que o número tem crescido a cada ano, mas que ainda há espaço para mais. A ambição do presidente da CVM é chegar a 10 milhões de brasileiros e incluir mais pessoas de classe média no sistema.

Nascimento afirma que o país deveria ter, pelo menos, 5% de investidores. O Brasil tem 220 milhões de pessoas e 5% representaria 11 milhões de investidores efetivamente engajados no mercado de capitais.

Eu tenho a ambição de ver esse número chegando a alguma coisa perto de 10 milhões. Acredito que se nós conseguíssemos isso estaríamos fazendo um trabalho de inclusão por meio do mercado de capitais.
João Pedro Nascimento, presidente da CVM

A meta é atingir mais pessoas da classe média. Para Nascimento, o mercado de capitais é visto como uma ferramenta para ricos e poderosos. A ideia é que o Brasil não atinja apenas este público, mas também a classe média. O aumento do nível de bancarização no país é um ponto que pode ajudar a fazer com que o acesso mais democrático se torne realidade.

O mercado de capitais em vários países sempre foi visto como uma ferramenta para os ricos e poderosos. Queremos que isso aconteça no Brasil também, mas que também chegue na classe média, na população como um todo.
João Pedro Nascimento, presidente da CVM

O setor de mercado de capitais precisa de melhorias. Nascimento afirma que o Brasil tem menos recursos que outros países, mas, ainda assim, não deixa "nada a desejar" em comparação a países da Europa, Inglaterra, Estados Unidos e Ásia.

A CVM lida com escassez de recursos e de servidores. Entendemos que endereçar essas duas demandas é fundamental para a gente continuar crescendo, desenvolvendo e usando o mercado de capitais como uma ferramenta poderosa para dar cumprimento a políticas públicas", afirma Nascimento.

*A repórter viajou a convite da organização do Finance of Tomorrow

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