Meu trabalho é mais difícil que o dele, diz Haddad sobre Campos Neto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o seu trabalho é mais difícil do que o de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central. O ministro disse que é preciso "aguentar um pouco de crítica" ao assumir um cargo público. Haddad participou nesta sexta-feira (30) do evento de investimentos Expert XP, em São Paulo.
Presidência do BC
Haddad disse que é natural que haja comentários sobre a política de juros em todo mundo, citando os presidentes americanos Joe Biden e Donald Trump. Segundo o ministro, seu trabalho é mais difícil do que a presidência do BC e a atuação da autoridade monetária e da Fazenda precisam ter harmonia.
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Eu acho meu emprego bem mais difícil do que o dele, eu quase me indiquei para a presidência do Banco Central, eu acho mais fácil mesmo do que o meu. Eu queria ter lido sobre o desafio que é ser ministro da Fazenda. Nunca vi ninguém reclamando de ser presidente do Banco Central. Aguentar um pouco de crítica acho que faz parte. Não me sinto atacado às críticas feitas à política fiscal e ao governo.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Campos Neto participou do mesmo evento que Haddad pela manhã. Durante sua fala, o presidente do BC disse que a transição de mandato com Gabriel Galípolo, indicado de Lula, será suave.
Haddad foi sondado por Lula para o cargo em 2018, antes de ele ser preso e abdicar da candidatura à Presidência. O ministro afirma que é uma honra ocupar a cadeira no ministério, mas que estaria mentindo se dissesse que dorme bem todas as noites. Ele elogiou a qualidade dos funcionários da pasta e afirmou estar feliz.
Não vou mentir que durmo bem todas as noites, não seria verdade, mas eu estou bem. É o maior desafio que eu já enfrentei na vida.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Reforma tributária
Haddad disse que reforma tributária é "milagre". O ministro da Fazenda afirmou que, caso não houvesse exceções, o IVA seria entre 21% e 22%. No entanto, o valor mínimo aprovado é de 26,5% e ele pode chegar a 28%.
O ministro disse que reforma vai reduzir imposto no Brasil. Haddad afirma que hoje o país é o que cobra mais impostos no mundo. "O ideal é um IVA sem exceção. Nos daria uma alíquota de 21% ou 22%, nos aproximávamos das melhores práticas internacionais", afirma.
O Appy fez o que pôde sobre o aumento da excepcionalidade, divulgando os dados, mostrando o impacto de cada decisão do Congresso. Se tratando de uma emenda constitucional perto do que temos hoje, essa reforma é um milagre. Me parece um excelente negócio o que estamos fazendo.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Haddad também falou sobre o arcabouço fiscal. O ministro disse que se impôs o desafio de zerar o déficit fiscal e que não foi politicamente possível ter um orçamento equilibrado desde já pela desoneração e o Perse. "Eu forcei até onde eu pude", disse Haddad.
Vamos terminar o ano bem com a Bolsa subindo e o PIB reajustado para cima, com baixo desemprego e inflação dentro da meta.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Inteligência artificial
Fazenda vai ter um núcleo dedicado à inteligência artificial. Haddad disse que fica "impressionado" e "preocupado" com as possibilidades criadas pela tecnologia e que é preciso entender o seu impacto para a economia do país. O ministro disse que uma pessoa nomeada ao núcleo começa na semana que vem.